Economia Quarta-Feira, 16 de Março de 2022, 10h:24 | Atualizado:

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DIESELGATE

Donos de Amarok em MT passam do sonho ao pesadelo

Escândalo pode atingir um universo de meio milhão de consumidores que tiveram Amarok fabricada entre 2011 e 2015 compradas até setembro de 2020

Da Redação

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Dor de cabeça, insatisfação e arrependimento são os sentimentos de milhares de proprietários de Amarok no Brasil, fabricadas entre 2011 a 2015, envolvidas em um dos maiores escândalos da indústria automotiva mundial, conhecido como Dieselgate. O caso gerou processos judiciais em vários países, inclusive no Brasil, onde cerca de meio milhão de pessoas podem ter sido prejudicadas.

Esses consumidores podem cobrar, judicialmente, da empresa todos os transtornos e prejuízos causados pelo veículo, na tentativa de reaver parte das despesas que tiveram com o conserto do veículo, que saiu com o problema da fábrica. É o caso do bancário Ronaldo Moreira, de Sapezal, em Mato Grosso. Ele adquiriu uma Amarok SE (2012) em 2018. “Ela ficou quatro meses comigo, e usava ocasionalmente. Fiquei muito interessado nela, pois é um carro bonito, tecnológico, confortável e gostoso de dirigir, com tração nas 4 rodas, coisa que a minha outra caminhonete não tinha. Como eu andava muito em estrada de terra decidi fechar o negócio”. 

O que Ronaldo não esperava era que o sonho se tornaria pesadelo em pouco tempo. Começou a usar a pick-up com mais frequência, quando a caminho de uma pescaria com os amigos, o motor ferveu, o que o pegou de surpresa já que a manutenção estava em dia. “Fundiu a parte de cima do motor. Tive que trocar cabeçote, junta de cabeçote, várias peças acessórias, peças hidráulicas, bomba d’água, válvula termostática, correia dentada, entre outras. Gastei R$ 19 mil”, conta o bancário ao lembrar que à época ficou decepcionado.

Depois de seis meses do reparo o veículo apresentou problema. “Desta vez foi a parte debaixo do motor que fundiu, em uma viagem. Estava indo de Cáceres para Pontes e Lacerda (a 228 km de distância) visitar um amigo e no meio do caminho o carro parou. Eram 19h. O guincho chegou às 23h para me socorrer, levou o carro para Cáceres, outra cidade. Para fazer o motor completo gastei mais R$ 27 mil. O mesmo problema em menos de um ano, inacreditável”. 

Quando Ronaldo achou que todos os problemas haviam sido superados, e o carro não teria problema, decidiu fazer alguns reparos na funilaria no intuito de vendê-lo. “Foi então que em setembro do ano passado, mais uma vez o motor fundiu. Gastei mais R$ 35 mil. Desde que comprei o carro, há quatro anos, foram gastos cerca de R$ 80 mil, e o preço atual pela tabela Fipe é R$ 88 mil. Quero vender, mas não quero passar o problema para outra pessoa”, desabafa Ronaldo.

Drama semelhante foi vivenciado pelo engenheiro civil Bruno Oliveira Barreto, de Rondonópolis (MT). Assim como Ronaldo, foram vários episódios de problemas com quatro Amaroks diferentes. “Costumo dizer que comprar a primeira foi um erro, a segunda só me deu raiva e na terceira e a quarta (duas na mesma compra) - quando na concessionária me disseram que todos os problemas anteriores haviam sido sanados - me senti enganado”, declara, ao contar que a primeira foi o segundo dono, com 13 mil km rodados, mas que no primeiro ano de uso fundiu o motor. Desembolsou cerca de R$ 35 mil no conserto e vendeu. A segunda também apresentou problema no motor, mas estava na garantia. 

Já a última compra, na qual foram adquiridas duas unidades zero km, uma delas não apresentou problemas e a outra tem no histórico um vai e vem à concessionária para reparos. “Estava me deslocando de Rondonópolis para o aeroporto de Várzea Grande para uma viagem e quase perdi o voo, quando fiquei na estrada. Chamei socorro e o guincho levou o veículo para Rondonópolis e um taxi me levou para o aeroporto. Cheguei faltando 30 minutos para a decolagem e foi um transtorno ter que explicar pra companhia aérea o que aconteceu. Em resumo, nunca mais compro uma Amarok”, diz ao comentar que sempre teve caminhonetes e que foi atraído pela Amarok pela beleza, conforto e economia. “Uma pena que o motor é descartável”, resume.

Caso Dieselgate

A fraude que desencadeou o Dieselgate consistiu na instalação de um software programado para controlar as emissões de óxido de hidrogênio (NOx) do motor EA189 conforme o ambiente de uso da picape Amarok. Em testes em laboratório, o carro soltava menos poluentes, dando à montadora a chancela de órgãos de fiscalização quanto à aderência do veículo à legislação ambiental vigente. Nas ruas, no entanto, o software desligava e a emissão ficava acima do que havia sido mensurado. 

A montadora, em uma da ações judiciais, admitiu que usou nos veículos um dispositivo para fraudar o cálculo do nível de emissão de óxido de hidrogênio (Nox) para burlar testes de emissões de poluentes e se enquadrar na legislação. Ocorre que, além dos danos ambientais causados pela fraude, o desempenho do veículo foi prejudicado e os proprietários relataram perda de potência e alta no consumo de combustível, além do sentimento de terem sido enganados.

Antecipação dos recursos indenizatórios

Ronaldo Moreira e Bruno Barreto estão entre os proprietários de Amarok que recorreram à civictech www.Regera.vc que antecipa o direito creditórios dos consumidores prejudicados nessa causa. 

“Entre os mais de 2.000 consumidores que já se cadastraram na plataforma www.dieselgate.com.br 90% gastaram, em média, R$ 14.007,00 com a manutenção do veículo, sendo 66% deste total prejudicados por problemas na válvula EGR; e 75% com a correia dentada. Estes dois itens estão diretamente ligados ao sistema do software fraudador e atingem muitos veículos fabricados entre 2011 e 2015”, afirma Bruno Dollo, CEO da www.Regera.vc , startup envolvida nessa causa.





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Comentários (8)

  • Imparcial

    Quinta-Feira, 24 de Março de 2022, 18h23
  • Pior que a Amarok, que concordo que é muito ruim, são só os comentários. Cada comentário,,,, que ficar calado faria um bem danado.
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  • Moraes

    Quinta-Feira, 17 de Março de 2022, 11h32
  • Sou corno e chifrudo o PM PAU DE ANTA arrebenta com as vadias da minha muié e filhas não sei o que fazer, onde posso denunciar esse abuso sexual ? Mas também na minha família só da piranhas e corno
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  • rui

    Quinta-Feira, 17 de Março de 2022, 08h08
  • Parece até um recado, estava negociando uma AMAROK 2015, USADA, prestes a comprar, quando vi essa matéria, inclusive na pele do bancário emociado que comprou uma usada e se ferrou. To fora, ou compro uma nova ou compro outro modelo de caminhonete.
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  • DIMAS LIMA

    Quinta-Feira, 17 de Março de 2022, 08h08
  • Caminhonete é Ford..... tem força e não tomba... a hilux tem motor, mas tomba, a nova L200 ainda não mostrou pra que veio, mas tem motor, é bonita, tá pra chegar a nova Frontier, pode desbancar todas as demais, alémde ser mais barata, o problema é a rede de manutenção...
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  • SECULT

    Quarta-Feira, 16 de Março de 2022, 13h40
  • Estou super contente com meu Uninho quadrado 2013 com ar-condicionado. 150.000 Km só alegria, economico (10 KM/L alcool na cidade), não troco por caminhonete nenhuma... e olha que meu salário (R$ 20.000,00) graças a Deus me permite ter uma, mas não quero.
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  • Caminhoneteiro

    Quarta-Feira, 16 de Março de 2022, 13h29
  • Você vê que o cara não entende nada de caminhonete quando elogia a Toyota (ou seria Tombota) Hilux, que não pode ver uma curva e já tomba. Só agroboy do asfalto que nunca viu terra que gosta. kkkkkkkkkkkk Caminhonete de verdade é S10 e L200. O resto é conversa fiada.
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  • Garimpeiro

    Quarta-Feira, 16 de Março de 2022, 11h50
  • Tenho uma e todas as vezes q abasteço ( diesel aditivado), ainda coloco um aditivo q a própria fabricante recomenda,pois a qualidade dos nossos combustíveis é uma lástima!
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  • Joquim Melo

    Quarta-Feira, 16 de Março de 2022, 11h46
  • Camionete e TOYOTA e S10 o resto e dor de cabeça............ Amarok além de horrível, perde mais de 40% na venda e quando vai para revisão, tudo caro, roubo..........
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