O produtor rural Alexandre Augustin, proprietário da Fazenda Santa Alice, conseguiu na Vara Única de Alto Garças, a autorização para a realização de produção de prova pericial antecipada contra o grupo Sementes Adriana, localizada na região de Alto Garças. O pedido deferido pela juíza, Angela Maria Janczeski Góes.
Trata-se de ação cautelar com pedido liminar para apurar danos causados na plantação de algodão de Augustin, pelo herbicida 2,4-D, possivelmente aplicado na propriedade vizinha. Na ação, Augustin pede apuração para que seja confirmada suspeita de que o referido defensivo atingiu sua lavoura, por meio da ocorrência da fitotoxidade (reação tóxica que um herbicida provoca nas plantas e que prejudica o seu crescimento de forma drástica), comprometendo significativamente o desenvolvimento e crescimento da plantação, causando prejuízo de aproximadamente R$ 2 milhões.
“No ano passado ocorreu o mesmo problema em outra área de propriedade próxima a minha propriedade. Na ocasião, foi comprovado que os danos causados pela aplicação de defensivos 2.4-D eram oriundos da fazenda vizinha, e que invadiram aquela propriedade, em decorrência do vento e horário que eram aplicados. E mesmo após registro de denúncia perante o INDEA, não foram tomadas as providências necessárias”, Explica Augustin.
Em sua decisão, a juíza determinou a realização imediata da coleta de amostra de todas as culturas cultivadas na Fazenda vizinha à propriedade de Augustin, a qual será submetida à perícia. “Advirto que a coleta do material deverá ser realizada por oficial de justiça e assistente técnico indicado pelos autores e determino que seja realizada a medição das áreas de plantio afetadas na propriedade do autor, bem como coletado material afetado na propriedade”, diz trecho da decisão.
Entenda o caso
A propriedade de Alexandre Augustin, de três mil hectares, localizada na região de Alto Garças (distante 361 km de Cuiabá), cultiva algodão e aproximadamente 400 hectares de sua plantação foi afetada pela aplicação do herbicida 2,4-D, possivelmente da propriedade vizinha, que produz soja, e pertence ao grupo Sementes Adriana. Augustin estima um prejuízo superior a R$ 2 milhões de reais e pretende ser indenizado pelos danos.
OUTRO LADO
A Atto Agrícola, antiga Sementes Adriana, se posicionou por meio de nota.
Veja a íntegra:
A ATTO AGRÍCOLA, antiga Sementes Adriana, vem a público repudiar as acusações feitas pelo sr. Alexandre Augustin (e Esposa - em recuperação judicial) de que teria causado prejuízo a suas lavouras por uso inadequado de agroquímicos.
Nossos valores morais não nos permitiriam dar prejuízos a alguém e não assumir, são mais de 40 anos cumprindo rigorosamente nossos compromissos.
A fazenda Santa Alice do sr. Alexandre está localizada a mais de 6 (seis) quilômetros de onde houve pulverização na lavoura da ATTO, existindo entre as áreas outras propriedades, inclusive com algodão e um rio com matas ciliares, sendo que não se observa fitotoxidez em plantas localizadas fora das lavouras do sr. Alexandre.
A imputação feita pelo sr. Alexandre, de que foram as aplicações do herbicida, utilizados na área da ATTO, que lhe causaram prejuízos, são impossíveis tecnicamente de acordo com a distância, forma de aplicação, horário e situação meteorológica no momento da aplicação.
Tais fatos serão comprovados no judiciário, oportuno tempo, e com a tomada de todas as medidas cabíveis. Inclusive a responsabilização por alegações infundadas.
Amaz?nia devastada
Quarta-Feira, 26 de Maio de 2021, 14h42