Economia Sábado, 11 de Maio de 2024, 16h:09 | Atualizado:

Sábado, 11 de Maio de 2024, 16h:09 | Atualizado:

CRÉDITO PODRE

Juiz intima "viúva negra do ICMS" por atrasar processo de fraude de R$ 140 milhões

A ré foi advertida que se continuar protelando, um defensor público será nomeado

DIEGO FREDERICI
Da Redação

Compartilhar

WhatsApp Facebook google plus

Defaz, credito podre

 

O juiz da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Jean Garcia de Freitas Bezerra, determinou que a empresária Keila Catarina de Paula apresente sua defesa num processo que apura uma sonegação de R$ 140 milhões. Os autos são derivados da Operação Crédito Podre, da Delegacia Especializada de Crimes Fazendários (Defaz).

Em decisão publicada no dia 6 deste mês, o juiz revelou que Keila Catarina de Paula estaria tentando atrasar o trâmite do processo ao solicitar acesso à uma delação premiada que foi realizada no âmbito de uma ação que está em segredo de justiça. Conforme o juiz da 7ª Vara Criminal de Cuiabá lembrou, porém, o acesso à delação já foi autorizado em decisão do mês de setembro de 2023.

“Tem-se que o mesmo já restou deferido anteriormente, mas apenas no tocante aos fatos correspondentes a este processo, tendo o Ministério Público juntado o anexo vinculado a estes fólios, pelo que o pleito em reiteração ao que já postulado, deferido e cumprido, evidencia nítido caráter protelatório, tendente a atrasar a marcha processual, retardando a parte ré em apresentar a correspondente resposta à acusação”, determinou o magistrado.

O magistrado advertiu Keila Catarina de Paula, adiantando que se ela não apresentar sua resposta à acusação um defensor público será nomeado, e que ela terá que pagar os honorários advocatícios na defesa realizada pela instituição. Keila Catarina de Paula é conhecida como a “Viúva Negra do ICMS”, e suspeita de estar por trás da execução do próprio ex-marido, o empresário Wagner Florêncio Pimentel - principal alvo da Operação Crédito Podre, assassinado a tiros em Cuiabá no início de 2019. Uma das linhas de investigação é a de que ele tenha sido morto por “queima de arquivo”.

O inquérito da Defaz apontou uma fraude de R$ 140 milhões no recolhimento do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na comercialização de grãos e outras commodities do agronegócio de Mato Grosso. Segundo as investigações, empresas de fachada, no nome de “laranjas”, constituíam créditos tributários sem garantias que pudessem cobrir eventuais execuções fiscais, constituindo o chamado “crédito podre”, que não será recuperado pelo Poder Público. Na morte do ex-marido, Keila Catarina de Paula também é suspeita de ter se associado ao empresário Michel Padilha da Silva, alvo da Operação Jumbo, da Polícia Federal, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas.





Postar um novo comentário





Comentários

Comente esta notícia








Copyright © 2018 Folhamax - Mais que Notícias, Fatos - Telefone: (65) 3028-6068 - Todos os direitos reservados.
Logo Trinix Internet