A 4ª Vara Cível de Sinop (501 Km de Cuiabá) autorizou o início do processo da recuperação judicial do Grupo Luzimar, que atua no agronegócio na região de Paranaíta (861 Km da Capital). O início do processo já havia sido autorizado no fim do mês de abril de 2025. Agora, com a publicação do ato pelo Poder Judiciário de Mato Grosso, começam a valer os prazos processuais para apresentação do plano de recuperação, período de blindagem, assembleia de credores etc.
No despacho publicado na última terça-feira (6), a 4ª Vara Cível de Sinop intimou interessados para ciência do início do processo, bem como eventuais contestações à lista de credores, já apresentada nos autos. A organização conta em seu pedido que fenômenos climáticos como o El Niño, além da queda do preço das commodities, prejudicaram os negócios.
“A crise econômico-financeira decorreu da significativa queda no preço das commodities (soja, milho e arroba bovina) entre os anos de 2022 e 2024, somada ao aumento do custo de insumos, à incidência do fenômeno El Niño, à frustração de safras consecutivas e à retração das margens de lucro do setor agrícola. Apesar das tentativas de reestruturação administrativa e renegociação de dívidas, os esforços restaram insuficientes diante da continuidade do cenário adverso, tornando inviável o cumprimento regular das obrigaçõe”, diz trecho do pedido.
O despacho também determina que os produtores rurais apresentem provas de que a Fazenda Terra Roxa, indicada como principal bem, está com suas matrículas imobiliárias atreladas à organização. O próximo passo nos autos é a apresentação do plano de recuperação judicial. Durante 180 dias o Grupo Luizmar fica livre do pagamento das dívidas que constam no processo, mesmo que as cobranças sejam realizadas na justiça.