A juíza da 4ª Vara Cível de Cuiabá, Vandymara G. R. Paiva Zanolo, determinou que o programa Plástica para Todos pague uma indenização de R$ 84,8 mil a uma cliente que teve complicações após procedimentos estéticos realizados em Cuiabá no ano de 2018. A determinação da juíza, do último dia 5 de dezembro, ocorreu no âmbito de um cumprimento de sentença – a justiça já decidiu anteriormente, em julgamento, que a paciente tinha direito ao recebimento de indenização.

O programa Plástica para Todos tem 15 dias para quitar o débito, que também deverá ser pago de forma solidária pelo cirurgião plástico J.F.S.M. “Intime-se a parte devedora programa Plástica para Todos e J.F.S.M por meio de seu advogado, via DJE, para pagar o débito indicado nos cálculos dos exequentes, no valor de R$ 84.865,81, no prazo de 15 dias, devendo ser atualizado pela parte devedora até a data do efetivo pagamento, acrescido das custas processuais, se houver, consignando que em não ocorrendo o pagamento voluntário no prazo aludido, incidirá multa de 10% sobre o valor do débito”, determinou a juíza.

Segundo informações do processo, a cliente contratou os serviços do Plástica para Todos, oferecidos por um hospital particular em Cuiabá, para a realização de procedimentos de “lipoaspiração, abdominoplastia, redução de mama com colocação de prótese e enxerto nos glúteos”, no ano de 2018. Ela pagou R$ 12,5 mil pelos serviços.

A paciente narra nos autos, porém, que a cirurgia, que durou seis horas, a deixou com uma “deformação no seio direito, uma vez que, apesar do curativo ter sido feito na mesma altura nos dois seios, a aréola do seio direito ficou totalmente desalinhada em relação à aréola do seio esquerdo”. A vítima do erro médico segue com sua narrativa nos autos e revela que uma hipoglicemia suspendeu o procedimento cirúrgico.

Ela voltou no dia seguinte ao hospital particular para finalizar a plástica, que durou mais 10 horas. No pós-operatório, a paciente conta que passou a sentir dores abdominais, além de constatar a “desproporcionalidade” dos seios, que também começou a apresentar “mau cheiro” da ferida aberta na região auréola. “As dores foram aumentando, e passou a sentir insuportável mau cheiro, apesar de todos os remédios que vinha tomando; que somente conseguiu uma consulta com o requerido aproximadamente 1 mês após a cirurgia; que durante a consulta, o médico requerido decidiu suturar as duas mamas no seu consultório, que estavam totalmente inflamadas e com infecção”, conta a vítima no processo.

Após a consulta com o médico, a paciente revela ainda que não conseguiu mais contato nem com a clínica e nem com o cirurgião plástico, ingressando com um processo para receber a indenização, reconhecida pela justiça.