Economia Sexta-Feira, 06 de Agosto de 2021, 20h:52 | Atualizado:

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INDICAÇÃO DE PRODUTOS

MPE denuncia empresa por "seduzir" arquitetos e engenheiros de MT

Promotores alegam que bonificação gera prejuízos aos clientes

DIEGO FREDERICI
Da Redação

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A Portobello Shop S/A, unidade de vendas localizada em Cuiabá da Portobello, especializada no comércio de cerâmicas, estaria "seduzindo" arquitetos e engenheiros de Mato Grosso com um programa de bônus para os profissionais que, em seus projetos, indicam produtos da organização. Ao “aconselhar” seus clientes a adquirir insumos da empresa, os técnicos das áreas da arquitetura e engenharia receberiam “bonificações, premiações”, e até mesmo “vantagens pecuniárias” (dinheiro).

A informação consta de uma denúncia proposta pelo Ministério Público do Estado (MPMT), que recebeu um pedido de providências do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Mato Grosso (CAU/MT). A prática é vedada pela autarquia, que esclarece não ser ético um arquiteto, por exemplo, estabelecer em seu projeto a necessidade de adquirir determinado produto, de determinada marca, apenas para receber bonificações ou dinheiro, em detrimento de outros insumos disponíveis no mercado de maior qualidade, a preços menores.

Em resumo, a prática, denominada como “reserva técnica”, desequilibra a relação custo-benefício entre arquitetos, engenheiros e seus clientes. Na Portobello, o programa antiético tem até nome, sendo batizado como “Portobello+Arquitetura”.

TODIMO

A denúncia está sob análise da juíza da Vara de Ação Civil Pública e Ação Popular do Tribunal de Justiça (TJMT), Celia Regina Vidotti. Em decisão do dia 29 de julho de 2021, ela revelou que a prática vem sendo constatada em Mato Grosso desde pelo menos o ano de 2017, e que outra empresa “tradicional” em Mato Grosso também implantava a política da “reserva técnica”.

Segundo a magistrada, a Todimo só suspendeu seu programa de “bonificação” após acordo com o MPMT. “A apuração inicial foi dirigida contra a empresa Todimo Materiais para Construção S/A. No entanto, no curso do inquérito, a empresa firmou Termo de Ajustamento de Conduta, se comprometendo a finalizar o programa de relacionamento que mantinha com os mencionados profissionais”, diz trecho dos autos.

Já em relação à Portobello, a juíza Celia Regina Vidotti reconheceu que a prática só não foi levada à Justiça até agora por conta de “composições amigáveis”, realizadas entre as partes. Em razão destes acordos, a CAU não pode trazer aos autos casos concretos da prática. “Verifica-se que não restou demonstrada nenhuma situação concreta e atual de dano irreparável ou de difícil reparação, suficiente para configurar o periculum in mora e autorizar a concessão da tutela liminar pretendida, mitigando o contraditório, notadamente, porque os fatos estão sob apuração desde o ano 2017, havendo tratativas extrajudiciais para uma composição amigável durante considerável lapso temporal”, revelou a magistrada.

O processo continua tramitando no Poder Judiciário Estadual. Em seu site, a Portobello se intitula como a “maior empresa de cerâmica do Brasil”, e possui sede em Tijucas (SC).





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Comentários (11)

  • David

    Sábado, 07 de Agosto de 2021, 17h20
  • Complicado. As empresas são totalmente reféns dos arquitetos, que acabam indicando somente as que pagam RT, e na cara dura, nem ai pro que a empresa acha e tal. Ai dão sempre preferência para as empresas mais ?tops? ar? tid? entre muitas outras, que possuem produtos mais caros, justamente pra ganhar mais dinheiro. A culpa não é do empresario. É dos arquitetos que cobram.
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  • Everton

    Sábado, 07 de Agosto de 2021, 16h40
  • Diego frederici só te digo uma coisa !! Chupaaaa, não adianta chorar ou promover essa idiotice, ninguém segura quem trabalha!!
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  • Anderson Sartori

    Sábado, 07 de Agosto de 2021, 15h16
  • No Brasil um pais que comissão agora virou crime e corrupção virou prática legal a justiça e o MP com inversão de valores, tanta coisa errado acontecendo e preocupados com comissão, o País com muitos problemas e obstáculos, burocracias pra tudo, demora pra pegar um alvará, uma lentidão para emitor a CCO e um habitese, muita s vezes atrasam toda a economia das construtoras, uma eternidade para se finalisar uma escritura para após ir para o banco, o MPE procurando resolver problemas de comissão, por primeiro compra quem quer e paga quem pode, ou acham que um bom arquiteto que quer vender o melhor produto mantém direito de ganhar uma comissão de vendedor, pois quem vende é o arquiteto.
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  • Barroso

    Sábado, 07 de Agosto de 2021, 11h25
  • Cara o MPE vai ter que denunciar mais da metade das empresas de Cuiabá, kkkkkkk. Lojas de móveis planejados, de mobiliário para casa, material para construção, construtoras, lojas de tapetes e cortinas, vidraçaria, de acabamentos....vixi por aí vai. Estão corretos em acabar com essa safadeza de RT (reserva técnica) até pq quem "paga o pato" é você consumidor tonto que aceita tudo que o arquiteto impõe, questione-o quando quiser te forçar a comprar em determinada empresa. Dentro de Cuiabá se conta nos dedos os arquitetos que não cobram RT, e o CAU nada faz tbm.
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  • Soh Observo

    Sábado, 07 de Agosto de 2021, 10h53
  • Arquiteto "com exceções" é uma das classes mais "prostituídas" que tem existe... recebem do cliente e sempre tem uma empresa preferida que eles forçam o cliente a comprar para receber a tal da "reserva técnica". Se você está fazendo um obra e seu arquiteto sugestiona firmemente compre em determinado local, saiba que você está sendo roubado. Me desculpem os bons profissionais, mas tenho certeza que vocês também são prejudicados por esta prática ilegal.
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  • Raimundo

    Sábado, 07 de Agosto de 2021, 10h47
  • Nossa que surpresa né MP. Kkkkk.... Faz 100 anos que o mercado faz isso, só souberam agora?
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  • Pacufrito

    Sábado, 07 de Agosto de 2021, 10h11
  • Tanto político corrupto portão solto, esperando as denúncias do MPE, e estes imorais preocupados com relações comerciais, que nada lhe dize respeito. Porque não formalizar e focar por exemplo em denunciar os corruptos desmatados pelo ex governador e pelo deputado estadual com mais processo no Brasil José Riva? Porque não se preocupar endemoniar e fazer os processos do homem do paleto andar??? Não, eles ficam se metendo onde ele não tem nada para fazer, numa relação comercial.
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  • Antonio Galvao Netz

    Sábado, 07 de Agosto de 2021, 07h43
  • A ética dessa bandidagem é a profundudade do bolso. O individuo é roubado em tudo, construcao, imposto, saude, prestadores, comida, religiao.....só da lacaios
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  • João Coró

    Sábado, 07 de Agosto de 2021, 07h32
  • Se essa prática acontecesse só na Portobello estava bom. São poucos os arquitetos e engenheiros que ainda são honestos hoje em dia. A maioria quer rancar o coro do cliente, rancar o coro dos prestadores que atendem o cliente (obrigando prestador pagar 10% sobre o valor do serviço). Infelizmente sou empresário e vivo refém destes corruptos, você só trabalha se molhar a mão pela indicação.
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  • Eu

    Sábado, 07 de Agosto de 2021, 06h16
  • isso é normal, nesse meio ..!
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  • Leitor

    Sexta-Feira, 06 de Agosto de 2021, 22h22
  • Porque não fiscalizam os médicos que agem da mesma forma ao receitar remédios? A indústria farmacêutica paga prêmio para os médicos.
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