A paralisação de caminhoneiros ocorrida entre 21 de maio e 2 de junho afetou a produção industrial de 14 dos 15 estados investigados pelo IBGE em sua Pesquisa Industrial Mensal. Segundo o IBGE, a produção industrial em Mato Grosso foi a que sofreu em maio o maior impacto da greve, com queda de 24,1%, a maior do Brasil, entre os 15 estados acompanhados mensalmente pelo IBGE.
A perda de ritmo se deu, em maior parte, sobre o segmento mais importante da indústria estadual, o de produtos alimentícios (carnes de bovinos congeladas, frescas ou refrigeradas, tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja, carnes de aves congeladas e óleo de soja em bruto).
A Pesquisa Mensal da Indústria, divulgada ontem, traz Mato Grosso como o maior recuo de maio, seguido por taxas negativas de 14 desses 15 estados observados. A redução nacional foi de 10,9% na produção industrial, “perfil generalizado de queda que reflete os efeitos da paralisação dos caminhoneiros”, como destacam os analistas do órgão.
Os recuos mais acentuados, pela ordem, foram Mato Grosso (-24,1%), Paraná (-18,4%), Bahia (-15%) e Santa Catarina (-15%). São Paulo (-11,4%) e Rio Grande do Sul (-11%) também assinalaram perdas mais intensas do que a média da indústria (-10,9%), enquanto Goiás (-10,9%), Minas Gerais (-10,2%), Região Nordeste (-10,0%), Pernambuco (-8,1%), Rio de Janeiro (-7%), Ceará (-4,9%), Amazonas (-4,1%) e Espírito Santo (-2,3%) completaram o conjunto de locais com índices negativos em maio de 2018.
O Pará, com alta de 9,2%, foi o único avanço no mês, eliminando, dessa forma, a queda de 8,5% observada no mês anterior.
Na comparação com igual mês de 2017, a indústria mostrou redução de 6,6% em maio de 2018, com 12 dos 15 locais pesquisados apontando taxas negativas. Vale ressaltar que, no resultado desse mês, verifica-se a influência tanto dos efeitos da paralisação dos caminhoneiros, como do efeito-calendário, já que maio de 2018 (21 dias) teve um dia útil a menos do que maio de 2017 (22).
Na comparação anual, maio contra maio, Goiás (-15,7%), Mato Grosso (-14,7%), Bahia (-13,7%), Paraná (-12%), Rio Grande do Sul (-10,8%) e Região Nordeste (-10,3%) assinalaram as quedas mais intensas. Ceará (-9,7%), Santa Catarina (-8,2%) e Minas Gerais (-7,3%) também mostraram taxas negativas mais acentuadas do que a média nacional (-6,6%). Os outros locais com quedas na produção esse mês foram Espírito Santo (-5,4%), São Paulo (-4,8%) e Pernambuco (-3,5%).
Por outro lado, Pará (6%) e Amazonas (4,5%) apontaram as expansões mais acentuadas em maio de 2018, impulsionados pelo comportamento positivo vindo de indústrias extrativas (minérios de ferro em bruto ou beneficiados), no Pará, e de outros equipamentos de transporte (motocicletas e suas peças e acessórios) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (gasolina automotiva e gás liquefeito de petróleo), no Amazonas. Rio de Janeiro, com acréscimo de 0,9%, também assinalou resultado positivo nesse mês.
No acumulado do período janeiro-maio de 2018, frente a igual período de 2017, houve altas em oito dos 15 locais pesquisados, com destaque para o avanço de dois dígitos no Amazonas (17,9%). Pará (6,6%), São Paulo (5,0%), Santa Catarina (4%), Rio de Janeiro (3,6%) e Pernambuco (2,3%) também registraram crescimento acima da média da indústria (2%), enquanto Ceará (1,1%) e Rio Grande do Sul (0,2%) completaram o conjunto de locais com resultados positivos no fechamento dos cinco primeiros meses do ano.
Por outro lado, Espírito Santo (-5,1%) e Goiás (-3,6%) apontaram os recuos mais elevados no índice acumulado no ano. Mato Grosso encerrou o primeiro acumulado do ano com perdas anuais de 0,4%.