Economia Terça-Feira, 07 de Novembro de 2023, 15h:46 | Atualizado:

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INCENTIVOS FISCAIS

MT recebe triplo em investimentos privados

 

Da Redação

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Os incentivos fiscais concedidos a empresas privadas em Mato Grosso nos últimos três anos garantiram um retorno de mais de 230% ao estado. Conforme relatório de Desempenho dos Programas de Incentivos Fiscais: Prodeic, Proder e Proalmat, realizado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), a cada R$ 1 renunciado em impostos, o estado recebeu R$ 3,28 em investimento, entre 2020 e 2022.

Foram R$ 12,3 bilhões em renúncia nesse período, enquanto os investimentos atingiram R$ 40,7 bilhões. Em 2020, os investimentos privados foram 247,7% maior que a renúncia fiscal. E, em 2021, essa diferença foi de 137,4%, já em 2022 os investimentos no Estado atingiram 292% a mais que o valor renunciado.

Todos os anos as empresas beneficiárias dos programas de incentivo devem entregar à Sedec o Relatório Anual de Monitoramento com as informações sobre geração de empregos, investimentos realizados, vendas internas e interestaduais e nomenclatura comum do Mercosul (NCMs). “A avaliação é necessária para demonstrar os impactos sociais das políticas de incentivo fiscal, de que forma ela contribui para a economia do Estado. Os resultados apontam que os programas têm sido fundamentais para o fortalecimento do setor do agronegócio e no crescimento industrial de Mato Grosso”, destacou o secretário adjunto de Agronegócios e Investimentos, Anderson Lombardi. 

Lombardi apontou ainda que a política de incentivos fiscais é a ferramenta utilizada pelos Governo de Mato Grosso para o desenvolvimento, impactando diretamente a atividade empresarial, a competitividade regional e nacional, o emprego e o crescimento produtivo, econômico e social.

“Sem os benefícios fiscais, nós não conseguiríamos industrializar o Estado. A guerra fiscal ainda existe em nosso país, mas nós temos benefícios fiscais muito bons para que as indústrias viessem para cá. Nós estamos conseguindo fazer industrialização das nossas matérias-primas, um exemplo é o etanol de milho para fabricação de biodiesel. Somos os maiores produtores de gado, temos grande rebanho de suínos, um dos maiores criadores de frango e isso atrai indústrias para poder abater todos esses animais e agregando mais valor nessas produções”, pontuou.

O Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic) é o benefício fiscal é voltado para o desenvolvimento da indústria e o comércio. As empresas aderidas ao programa tem redução na base de cálculo do ICMS em operações dentro e fora do Estado. Ao todo são 22 setores impactados como laticínios, trigo, madeira, artigos ópticos, reciclagem, indústria de bebidas, biocombustíveis, dentre outros. Até 2022 eram 954 empresas credenciadas.

Já o Programa de Desenvolvimento Rural de Mato Grosso (Proder) fomenta a pecuária e a agricultura fortalecendo a produção de matérias-primas e incentiva a diversificação da produção agrícola beneficiando 20 cadeias produtivas como chia, gergelim, sorgo, feijão, peixe, girassol, amendoim, trigo, por exemplo. Até 2022 eram 3429 credenciados.

O programa de Apoio a Cultura do Algodão (Proalmat) consiste na redução da base de cálculo do ICMS nas saídas internas de algodão em pluma originadas pelo produtor equivalente a 12% do valor da operação, e crédito presumido de 75% na comercialização de algodão em pluma nas saídas interestaduais. O programa ajudou a Mato Grosso se tornar o maior produtor da commodity no país, sendo responsável por 70% da produção nacional da fibra. Até 2022 eram 2189 beneficiários.





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Comentários (1)

  • Citizenship

    Terça-Feira, 07 de Novembro de 2023, 16h17
  • Há alguns anos, foi-me solicitado que fizesse um levantamento das legislações de subsídios tributários para o desenvolvimento dos setores produtivos (agro ou industriais) no Estado. Fiz o levantamento e apontei que havia uma distorção no sentido de que ao invés de se estimular setores econômicos, beneficiava-se empresas em específico, em detrimento de outras do mesmo setor, porventura já autuantes no Estado, configurando uma espécie de "dumping" concorrencial nutrido por recursos públicos. No governo seguinte, medidas do governador Mauro Mendes melhoraram esse cenário. Mas, não totalmente. Outro problema era que o Conselho que avaliava o enquadramento das empresas nas linhas de benefício era quem definia para cada empresa os índices de subsídio concedido, não a lei, mesmo que, num mesmo setor, os benefícios concedidos fossem diferenciados. A lei abria um intervalo enorme tornando a decisão arbitrária para os conselheiros. Ora, nada pode ser mais estimulante de relacionamentos espúrios entre empresários e agentes de deliberação. Por fim, os indicadores de avaliação dos benefícios concedidos não significavam nada para o Estado: quando um empresário faz um investimento altamente intensivo em capital (maquinário de alta tecnologia), o valor do investimento é altíssimo e o número de empregos criados é baixo, implicando em composição baixa de massa salarial. Ora, se os trabalhadores são poucos e seus salários compõe valores pequenos, o imposto resultantes de seu trabalho retribui pouco para o Estado, que financiou a atração da empresa. Quem se beneficia, portanto, não é o Estado, ou sua população, já que os empregos são poucos, mas a empresa que minimiza a carga tributária comparativamente a uma opção de investir em outra região. Saber qual foi o volume investido representa quanto os empresários capitalizaram seu empreendimento, mas não há nenhuma correlação necessária entre esta fato e qualquer retorno fiscal ou social benéfico ao Estado. A métrica de apuração e avaliação dos benefícios concedidos ao setor empresarial nada representa para a população do estado. É como saber que existe uma pessoa é rica morando ao lado de sua casa. Ela é rica, não você. Ela pode se beneficiar de sua fortuna, não você. O objetivo da política de desenvolvimento econômico deve ser que a riqueza de distribua e não que se concentre.
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