Economia Sexta-Feira, 30 de Maio de 2025, 07h:54 | Atualizado:

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PC explica "comprometimento de 99% do salário" em MT

Delegado cita descontos obrigatórios e pensões

BRENDA CLOSS
Da Redação

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O delegado Rogério Ferreira, da Delegacia de Defesa do Consumidor (Decon), esclareceu uma das informações mais “alarmantes” que circulam entre os servidores públicos de Mato Grosso: a de que há funcionários com 90% ou até 99% de seus salários comprometidos exclusivamente com empréstimos consignados. Segundo ele, a realidade é mais complexa e envolve uma série de descontos legais e obrigatórios que, somados, explicam a expressiva redução no valor líquido recebido por muitos servidores.

“Fui procurar me informar para entender como ocorre isso. Como alguns servidores têm 70%, 80%, 90% da sua renda comprometida e estão superendividados. A verdade é que existem diversos tipos de descontos legais que, quando acumulados, impactam fortemente o salário do servidor”, afirmou o delegado em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (28). 

Ferreira explicou que os descontos começam com o Imposto de Renda e a contribuição previdenciária, que juntos já podem consumir até 40% do subsídio. Além disso, entram na conta os descontos por decisões judiciais, como pensões alimentícias, que são compulsórios e não podem ser ignorados pela administração pública.

"Temos o limite de 35% para empréstimos consignados, 15% para cartão de crédito consignado e mais 10% para cartão benefício. Isso está previsto por lei. Mas há uma normativa do Governo do Estado, de gestões anteriores, que estabelece que a renda do servidor não pode ser comprometida em mais de 70% com esse tipo de desconto. No entanto, se houver ordens judiciais, como pensão alimentícia, não há como o Estado se recusar a cumprir", explicou Ferreira.

O delegado ressaltou que essa configuração de descontos obrigatórios, somada aos consignados legais, leva a situações de extrema restrição financeira. “Existem servidores com rendimento bruto de R$ 20 mil ou mais, mas que, ao final do mês, estão recebendo menos de R$ 1 mil. É grave, mas não significa que o comprometimento seja todo com consignados. É preciso separar os descontos legais dos contratos de empréstimo”, completou.

A fala do delegado vem em meio às investigações da Decon sobre possíveis fraudes em contratos de crédito consignado, especialmente aqueles vinculados ao cartão MTCard, gerenciado pela empresa Capital Consig. Embora muitos servidores estejam com a renda comprometida, o delegado alerta que nem todos os casos estão relacionados a ilegalidades. “O que está sendo apurado são os casos em que houve fraude na contratação ou indução ao erro no momento da oferta. Isso é diferente de compromissos legítimos decorrentes de ordens judiciais ou tributos”, destacou.

Com o avanço das investigações, a Polícia Civil pretende esclarecer quais dívidas têm origem legal e quais derivam de práticas abusivas ou criminosas. Segundo o delegado Rogério Ferreira, os resultados também vão servir como base para que servidores possam buscar reparação judicial, caso tenham sido lesados por contratos fraudulentos.





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Comentários (10)

  • paulo

    Sexta-Feira, 30 de Maio de 2025, 14h55
  • Basilio deve ter passado a fita para ele.
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  • Luis

    Sexta-Feira, 30 de Maio de 2025, 11h27
  • O delegado agora é da CGE? Afinal, ele tem que investigar se houve ou não lesão aos servidores nos empréstimos consignados. O per entual de endividamento do servidor não é, desculpe, o objeto da investigação.
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  • alexandre

    Sexta-Feira, 30 de Maio de 2025, 11h25
  • Delegado ganha 35 mil, salario dos servidores do executivo, não chega nem perto disso..
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  • Tomas

    Sexta-Feira, 30 de Maio de 2025, 10h01
  • De fato, o delegado ganha bem, e portanto, não precisa comprometer 90% do vencimento por causa de um salário de fome....muito bem. O resto que se dane...
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  • Contribuinte

    Sexta-Feira, 30 de Maio de 2025, 09h46
  • Delegado agora é advogado do Estado??? Estamos discutindo fraudes, tais como emprestar R$ 1.000 e registrar no sistema R$ 5.000. Estamos discutindo empréstimos que nos dizem que é parcelado, mas na verdade se desconta só os juros, igual agiota faz. Isso é ilegal, é crime, é estelionato... É isso que deve ser investigado...
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  • Edmar Roberto Prandini

    Sexta-Feira, 30 de Maio de 2025, 09h46
  • Excetuando eventuais fraudes em creditos consignados, o que o Governo estadual deve eliminar é a hipótese desses "cartões consignados" e os "cartões de benefícios". Essas são as modalidades que mais estimulam aqueles que queiram atuar de forma lesiva aos trabalhadores e que mais dificultam que os trabalhadores, quando aceitam a operação, tenham controle sobre suas condições financeiras, induzindo à perda de referências dos valores de endividamento. São modalidades que além de caras e recorrentes, quase sempre perniciosas, induzindo o super endividamento.
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  • VAMOS CONCENTRAR DR

    Sexta-Feira, 30 de Maio de 2025, 09h38
  • QUE TAL FOCAR NAS FRAUDES? APENAS ISSO ... OU A AUDITORIA GERAL DECIDE CRIME QUE FOI OU NÃO ESTÁ SENDO COMETIDO? VOLTA JESUS MAS VENHA PRIMEIRO PRA MATO-GROSSO
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  • VelhoTexas

    Sexta-Feira, 30 de Maio de 2025, 08h43
  • Se tem uma Lei que determina que o servidor não pode ter 70% do salário comprometido, por que raios um juiz obriga o cara a arcar com mais contas? O trabalhador que morra de fome. Absurdo essa justiça perversa que temos hoje.
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  • alexandre

    Sexta-Feira, 30 de Maio de 2025, 08h18
  • O salario está muito achatado, a gente nao recebe as verbas indenizatorias dos Poderes e pagamos mais imposto de renda..mais de 20% de perdas e RGA nao pagos..salario de fome..
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  • Emanuel

    Sexta-Feira, 30 de Maio de 2025, 08h15
  • Virou pizza ?, estão de todas as formas blindando o governo do estado e seus secretários, e, de quebra querendo colocar panos quentes para abafar as roubalheiras e irregularidades das empresas, que com certeza só agiam porque tinham conivência e cumplicidade de integrantes do estado, que o próprio estado fica com uma porcentagem, imagina que autoriza e quem era para fiscalizar! Juntando a isso não podemos deixar de lado o calote que o governador Mauro Mendes está dando nos servidores do executivo, com mais de 20% de perdas salarial que o governo deixou de pagar o RGA!
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