A geração de energia elétrica na usina Governador Mário Covas (Termelétrica de Cuiabá) está suspensa desde o último 29 de março. Durante quase todo o mês passado, a térmica de Cuiabá foi acionada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e gerou cerca de 13,195 mil megawatts (MW) de energia, acumulados entre 1º a 28 de março, conforme despacho térmico do ONS.
A capacidade instalada da UTE de Cuiabá é de 530 MW. A produção diária média em março foi de 488 MW.
O motivo da suspensão na geração de energia está atrelado ao vencimento do contrato de fornecimento de gás natu-ral entre as estatal boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) e a brasileira Petrobras, arrendatária da UTE Mário Covas desde setembro de 2011.
A presidente da Empresa Pantanal Energia - proprietária da UTE Mário Covas - Samantha de Moraes Camacho Diniz justificou que, pelo critério de confidencialidade previsto no contrato entre a empresa e a Petrobras, não poderia fazer qualquer declaração. “Esse acordo de abastecimento do gás foi firmado entre a YPFB e a Petrobras, então não posso declarar nada”.
O insumo chega a Cuiabá por meio do gasoduto Brasil-Bolívia. O contrato que venceu previa uma remessa diária de 2,2 milhões de metros cúbicos de gás natural para abastecimento da termelétrica e foi celebrado em fevereiro, mas tinha prazo de 20 dias, com possibilidade de ser prorrogado.
Em fevereiro, a geração de energia pela usina só começou no dia 15 e se estendeu até o fim daquele mês. Para alguns analistas locais, a Petrobras busca garantir uma negociação mais favorável e ajustar os preços do insumo ofertado pela Bolívia para um patamar mais baixo, já que atualmente o Brasil consegue produzir com as reservas do pré-sal.