O Tribunal de Justiça de Mato Grosso, por meio do Laboratório de Inovação do TJMT InovaJusMT, realizou webinário sobre a inteligência artificial generativa Jurisprudência GPT para magistrados e assessores, na manhã desta quarta-feira (12 de fevereiro), com a presença do presidente do TJMT, desembargador José Zuquim Nogueira e quase 450 participantes.

A coordenadora do InovajusMT, juíza Joseane Quinto Antunes, agradeceu ao presidente Zuquim por promover a transformação digital do TJMT, incluindo ferramentas que vão auxiliar a atividade prestada pela Justiça. Ela destacou a importância da colaboração e convidou a todos para realizar a prova de conceito da ferramenta e compartilhar suas impressões acerca da mesma. “Gostaria de agradecer pela disponibilidade de todos e pedir que usem a ferramenta e nos passem o feedback através de um pequeno formulário que enviaremos por e-mail, onde vamos coletar a percepção de cada um a respeito dessa ferramenta e isso vai impactar o futuro dela aqui no nosso tribunal”, disse.

Ao abrir o webinário, o desembargador José Zuquim também enfatizou o momento de transformação digital pelo qual o Poder Judiciário passa e os benefícios que podem ser obtidos. “A modernização do Judiciário é uma prioridade dessa gestão. A transformação digital tem sido um eixo estratégico para tornar nossos serviços mais ágeis, eficientes e acessíveis. A tecnologia, no entanto, não substitui a análise humana, mas sim potencializa o trabalho de magistrados e assessores, permitindo que se concentre em decisões mais complexas, enquanto as ferramentas inteligentes otimizam tarefas repetitivas”, disse.

O instrutor do webinário, Hélio Sá Moreira, explicou os fundamentos do Jurisprudência GPT, apresentou uma visão geral da plataforma e fez uma demonstração para que todos os participantes aprendessem a usar a inteligência artificial generativa (IAG) especializada em conhecimento jurídico e aplicação a lei. O especialista em tecnologia mostrou que o conhecimento da IAG é restrito a decisões judiciais, acórdãos, precedentes e jurisprudências dos tribunais brasileiros, não tendo acesso a nenhum outro tipo de informação que não tenha sido publicada pelo Poder Judiciário. Isso significa que a inteligência não é criativa, mas sim treinada, o que controla as chances dela “alucinar”, termo utilizado para se referir ao fato da inteligência artificial criar respostas sem fundamento e errôneas.

Hélio Sá enfatizou também a importância da responsabilidade do humano na utilização da ferramenta. Ele tratou ainda sobre a “explicabilidade” do Jurisprudência GPT, se referindo ao fato da ferramenta apresentar respostas justificadas, apresentando as fontes das informações repassadas, inclusive com o inteiro teor das jurisprudências consultadas. Ele é capaz inclusive de apontar a página do documento onde obteve a informação.

Já em uso por outros tribunais de justiça, o Jurisprudência GPT tem se mostrado eficaz na pesquisa e análise de jurisprudências, contribuindo para a eficiência e precisão nas atividades jurídicas.

A ferramenta possui recursos como a pesquisa avançada, o que permite a busca detalhada de jurisprudências, de datas e tribunais específicos ou por meio de palavras-chave; análise de precedentes, que auxilia no entendimento da aplicação da lei em casos similares; integração com ferramentas de produtividade, o que facilita o acesso à informações jurídicas em seu fluxo de trabalho e, ainda, oferece suporte através de um assistente virtual, capaz de responder perguntas e fornecer orientações com base em jurisprudências. Além disso, o Jurisprudência GPT mantém o usuário atualizado com as mais recentes decisões e publicações dos tribunais.

O produto se encontra disponível para uso dentro da interface do Microsoft Teams, integração que permite o acesso às funcionalidades da ferramenta de IA diretamente no ambiente de trabalho, otimizando o tempo e ajudando na melhora da qualidade das decisões judiciais.