Os desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso Marcos Regenold Fernandes e Wesley Sanches Lacerda, do quinto constitucional do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), empossados em 2024, foram homenageados na reunião ordinária do Colégio de Procuradores na manhã desta quinta-feira (5), pelos relevantes serviços prestados à instituição. O procurador de Justiça aposentado José Basílio Gonçalves também foi agraciado com a homenagem, mas por motivos de saúde não pôde comparecer. A reunião ocorreu presencialmente na sede da Procuradoria-Geral de Justiça e foi transmitida ao vivo pelo canal do MPMT no YouTube (assista aqui).

“À frente da Procuradoria-Geral de Justiça, com a autorização deste colegiado, instituímos algo que precisa ser frequente entre nós: valorizar o tempo de vida de cada um que foi dedicado a essa instituição. Aos nossos valorosos colegas que se aposentaram foram outorgadas homenagens semelhantes a de hoje. Não é diferente com os nossos colegas e amigos que foram para o Tribunal de Justiça, mas que estão lá na origem do quinto do Ministério Público. Precisam ser reverenciados pelo tempo que se dedicaram à nossa instituição, lembrados por terem travados as batalhas ao nosso lado, sempre em benefício da sociedade”, argumentou o procurador-geral de Justiça Deosdete Cruz Junior.

Ao enaltecer o caráter e a personalidade dos homenageados, o procurador-geral de Justiça afirmou que os desembargadores são grandes expoentes do MPMT no Tribunal de Justiça. “Tenho a plena convicção de que a origem, e a forma como eles foram talhados na vida profissional, fará com que enxerguem, no Ministério Público do Estado Mato Grosso, um legítimo representante da sociedade e das vítimas. Saberão garantir processualmente o equilíbrio, e que não haja jamais cerceamento às nossas prerrogativas e à liberdade da sociedade de expor e exigir os direitos que nós fomos incumbidos de fazer. Que vocês continuem sendo felizes nesta nova caminhada e lembrem da sua origem, para onde podem retornar a qualquer momento, porque as portas sempre estarão abertas”, assegurou.

Marcos Regenold Fernandes e Wesley Sanches Lacerda receberam, emocionados, placas de homenagem em agradecimento às décadas dedicadas ao MPMT, por cumprirem com afinco a missão institucional, sempre defendendo a ordem jurídica, o regime democrático e os interesses sociais e individuais indisponíveis.

Em seu discurso de agradecimento, Marcos Regenold declarou ter sido moldado e esculpido dentro do MPMT, onde adentrou há exatos 30 anos e três dias, em 2 de dezembro de 1994. Recordou a trajetória profissional até ascender ao cargo de desembargador. “Me predispus a ir para o Tribunal de Justiça porque sempre soube que ali era o ponto final do trabalho do Ministério Público, onde, de fato, o MP desenrolaria todo o serviço que presta à sociedade e eu poderia ser útil às causas sociais também. E como um promotor de Justiça combativo, à frente da defesa do Património Público, do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) e do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), sempre enxerguei o Tribunal como a posição mais estratégica que o Ministério Público poderia ter, e a vida me encaminhou nesse sentido”, explicou.

Marcos Regenold contou que o trabalho não tem sido fácil e tem exigido muito estudo. “Decidir a vida do próximo, de famílias e até comunidades é uma tarefa de muita responsabilidade. Mas foram 30 anos de treinamento para isso e tenho a felicidade de dizer que estou preparado”, considerou. Por fim, reforçou o reconhecimento à sua origem. “Quero dizer a todos vocês que sou representante do quinto constitucional do Ministério Público e nunca deixarei de ser. Falo aqui olhando nos olhos de cada um. Eu vim daqui, esta é a minha casa original. Trabalho todos os dias com independência, mas sei das minhas origens, sei de tudo o que a instituição do Ministério Público representa para a população, para o país, para o regime democrático”, atestou.

Em sua fala, Wesley Lacerda se revelou profundamente tocado com a homenagem. “Quero dizer para vocês que, talvez, o Ministério Público seja a única cláusula implícita de imprescritibilidade na Constituição da República. Para mim, o Ministério Público vai existir sempre, nas presentes e futuras gerações”, considerou. Ao lembrar dos pais já falecidos, tido como grandes referenciais e sua vida, o desembargador declarou que gostaria de tê-los presentes nesse momento especial.

Para finalizar, admitiu ter o Ministério Público no sangue. “É uma questão apenas de geografia, estarei do outro lado do quarteirão. Mas, diante de um mundo digital e de uma vida que será sempre analógica, estarei na exata distância de um clique de WhatsApp e na exata circunferência de um abraço de irmão. Agradeço de coração, em nome da minha família e dos meus pais, essa homenagem que eu vou carregar talhada, tatuada no resto de vida que tenho pela frente”, concluiu.

Outras homenagens - Após a fala do procurador-geral de Justiça Deosdete Cruz Junior, foi facultada a palavra aos demais presentes na reunião. A corregedora-geral adjunta do MPMT Esther Louise Asvolinsque Peixoto destacou que os homenageados são pessoas capacitadas, competentes, de relevante bagagem jurídica e de um coração grandioso. “Fico feliz pela vontade deles de quererem ocupar o quinto constitucional, porque é muito importante também para nós termos representantes como o Marcos e o Wesley no Tribunal de Justiça. Quero deixar aqui o registro de que nós continuaremos de mão dadas, trabalhando pela Justiça, sempre juntos”, manifestou.

Também renderam homenagens aos colegas os procuradores de Justiça Adriano Augusto Streicher de Souza, Josane Fátima de Carvalho Guariente, Antonio Sergio Cordeiro Piedade, Marcelo Ferra de Carvalho e Paulo Roberto Jorge do Prado, e o promotor de Justiça Mauro Benedito Pouso Curvo, presidente da Associação Mato-grossense do Ministério Público (AMMP).