Não foi bonito, mas foi pegado, disputado e dramático, ou seja, todos os ingredientes que o torcedor espera de um Brasil x Argentina. E embora os comandados de Tite tenham entrado no Maracanã como favoritos para vencerem a 10ª Copa América de sua história na noite deste sábado (10/7), foi o principal rival sul-americano que saiu da catedral do futebol com sua 15ª conquista do torneio sul-americano.
A vitória por 1 x 0, com gol de Dí Maria, que sacramentou o título, é significativa por diversos motivos, tanto individuais quanto coletivos. A conquista é a primeira da seleção principal argentina desde 1993, quando venceram a Copa América com um time que ainda contava com os imortais Goycochea, Simeone e Batista. O fato de ter acontecido no Maracanã significa que outro fantasma foi exorcizado, já que o estádio foi palco da última final disputada pela celeste, no Mundial 2014, quando saíram derrotados pela Alemanha.
Não menos importante, Lionel Messi termina a noite com seu primeiro título conquistado com a seleção principal, após uma carreira de “quases” e derrotas dramáticas e decepcionantes.
O resultado também representa a primeira vez que o Brasil perdeu para a Argentina jogando em casa (seis vitórias, um empate e, agora, uma derrota) e a primeira derrota em jogo oficial desde 2005, em partida válida pelas Eliminatórias da Copa.
O jogo
Como era de se esperar de um Brasil e Argentina, os primeiros minutos de jogo foram tensos e pegados, com várias chegadas duras de ambos os lados. A Argentina marcou bem a saída de bola canarinha, conseguindo roubar bolas ainda no campo de defesa da equipe de Tite, que abusou de lançamentos e passes em profundidade, também sem conseguir levar muito perigo.
Com a marcação adiantada e a defesa alta, o Brasil cometeu um erro fatal aos 21 minutos. De Paul fez lançamento na medida para Di Maria, Renan Lodi falhou e o jogador do PSG saiu cara a cara com Ederson. Com muita categoria, ele encobriu o goleiro e abriu o placar para a Argentina.
Pouco inspirado, o Brasil pecou na criação e perdeu para a forte marcação argentina, que levou mais perigo para a meta de Ederson. Martínez pouco precisou trabalhar.
2º tempo
Para tentar resolver o problema de criatividade brasileira no 1º tempo e impedir uma possível expulsão de Fred, que levou o amarelo muito cedo, Tite tirou o volante do Manchester United e colocou Roberto Firmino. A equipe respondeu bem e passou a se insinuar mais no campo adversário.
Richarlison foi o que mais se beneficiou da movimentação de Firmino. O atacante do Everton chegou a abrir o placar, mas o bandeirinha marcou impedimento no lance. Depois, aproveitou lance incrível de Neymar e chutou forte, em cima de Martínez.
Precisando do resultado, Tite jogou o time para frente, colocando Vinicius Jr. e Gabigol na partida. O ímpeto ofensivo brasileiro, no entanto, encontrava resistência na defesa argentina, que mordia o ataque brasileiro. Neymar, esforçado, começou a ser caçado em campo, e houve um princípio de confusão com Otamendi.
Mesmo vencendo e em um jogo intenso e disputado, Messi e Dí Maria continuaram pressionando a saída de bola brasileira, correndo atrás de Ederson para dificultar sua vida. Do outro lado, o Brasil pressionou, jogando bolas na área argentina, sempre interceptadas pela zaga adversária.