Esporte Quinta-Feira, 03 de Abril de 2014, 15h:42 | Atualizado:

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Ex-jogador e torcedora símbolo do Mixto são homenageados

 

Da Redação

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A parte inferior da Arena Pantanal estava lotada, com a presença de 20 mil pessoas. O público esperava ansiosamente pelo início do jogo, que foi marcado por uma grande ‘ola’ com a participação de todos no estádio. Nas duas torcidas se ouvia os famosos gritos de ‘uh’ a cada bom lance, a respiração aliviada ao afastar o perigo da área e as palavras impublicáveis ao não concordar com uma marcação do juiz. A festa foi bonita. Os balões pretos e brancos, cores que simbolizam os dois times, davam vida a Arena e os cantos de incentivo animavam a plateia, que respondiam com palmas e um pulo da cadeira a cada perigo de gol. Apesar das torcidas estarem pareadas em número de pessoas e da folia ter sido dos dois lados, os mixtenses se destacaram. 

Animados pelos tambores e coreografia da grande torcida organizada do "Boca Suja”, a maior e mais tradicional de Mato Grosso, a torcida do Mixto fazia uma festa a parte, atraindo até mesmo a atenção dos rivais de arquibancada. Maria da Conceição Albuquerque, irmã do ex- jogador Ico, estava entusiasmada. A senhora de 78 anos, que torce pelo tigre desde criança, já foi escolhida ‘madrinha dos jogadores’ e convidada para jogar na ala feminina do time quando ainda estava no ginásio – o time leva o nome de Mixto porque reunia homens e mulheres na mesma disputa. Junto a um grupo de vizinhos, que sempre a acompanha nos jogos, ela estava confiante com a vitória. “Está tudo muito lindo, só de estar aqui já está bom. Mas se ganhar melhor ainda”. 

E mesmo no meio de tantos homens era o público feminino que reinava na torcida do Mixto. A estrela principal, Nhá Barbina, de 91 anos, que ajudou a fundar o ‘Boca Suja’ e já foi chefe da torcida, recebeu uma justa homenagem antes do início do jogo, reconhecimento pela dedicação ao time cuiabano. Mesmo depois da morte do marido, que sempre a acompanhava nos jogos, Nhá Barbina não se sente sozinha em campo, está sempre rodeada pela família e admiradores que a conhecem de longa data e se encantam com sua vitalidade e amor pelo clube do coração. Na noite dessa quarta ela era só alegria. “Mato Grosso merecia um estádio assim”, dizia ao elogiar a beleza do estádio. 

Entre as pessoas que estavam ao redor de Nhá Barbina, está Terezinha Ferreira do Carmo, de 62 anos, que torce pelo Mixto desde os 12. “Eu morava perto do Dutrinha, minha mãe ia dormir e eu saia escondida para ir aos jogos”. Ela é o tipo de torcedora que participa de todos os eventos relacionados ao time. “O Mixto é como se fosse uma grande família. Nós nos reunimos na associação para fazer eventos e almoços que ajudam a arrecadar dinheiro para as viagens”. Fanática pelo clube, lembra com saudade do ano de 1976, quando ela e outros torcedores fizeram uma excursão ao Rio de Janeiro para assistir a uma partida do tigre pelo Campeonato Brasileiro, contra o Vasco. Sempre de bom humor, mesmo com a tensão do jogo, ela confidenciou que o estádio só não estava perfeito “porque não tinha sido liberada a cerveja”. Nervosa com a partida, Terezinha não tirou os olhos do campo por um minuto sequer, acompanhando a torcida que cantava o hino ‘eu acredito’, sentimento que unia todos os mixtenses naquela altura do campeonato. 





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