O presidente da FGF (Federação Gaúcha de Futebol), Luciano Hocsman, concedeu entrevista coletiva nesta segunda-feira, após ser nomeado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) como interventor na FMF (Federação Matogrossense de Futebol).
Sobre o processo eleitoral, Hocsman afirmou que ainda não há prazo para a realização de novas eleições e que todas as circunstâncias ainda serão analisadas.
- Acabei de chegar e não vou tratar de prazos. Todas as situações serão analisadas não só por mim, mas também pelo departamento jurídico e pela comissão eleitoral. Não tenho prazo para ficar no comando. Quanto mais rápida for minha passagem, certamente melhor para o futebol mato-grossense. Eu preciso me familiarizar com as questões do processo eleitoral, com o que a CBF mencionou e com o que prevê o estatuto da Federação Matogrossense de Futebol. Se for preciso começar do zero, vamos fazer. Se não houver condições das chapas , um novo edital será republicado - explicou o interventor.
Luciano Hocsman também reconheceu o risco de sanções internacionais, caso os trâmites legais não sejam respeitados, sobretudo no que se refere à interferência da Justiça comum em processos ainda pendentes na esfera desportiva.
- Pode sofrer (punição). A gente sabe que existe dentro da legislação esportiva porque precisa esgotar todas as instâncias esportivas para ir à Justiça comum. Nós vamos tentar construir de forma consensual. Isso afeta o futebol brasileiro como um todo. Não é bom pra ninguém. O futebol é jogado dentro de campo, já passou bastante tempo para o futebol de Mato Grosso estar discutindo coisas políticas sem estar jogando futebol.
Segunda Divisão sem data e clubes preocupados
Outro tema abordado na coletiva foi a indefinição quanto ao início da Segunda Divisão do Campeonato Mato-grossense, que estava inicialmente prevista para começar em 7 de junho.
De acordo com Hocsman, há um esforço para que a competição comece o mais breve possível, diante dos prejuízos já enfrentados pelos clubes.
- Alguns clubes entraram em contato, falei com alguns deles. Vamos trabalhar para que essa Segunda Divisão comece o quanto antes, porque tem muito custo envolvido. Sabemos a dificuldade que os clubes enfrentam e o prejuízo pode ser irreparável. Há vários focos de incêndio para resolver, incluindo a questão do Sub-20 — pontuou.
Um novo Conselho Arbitral da Segunda Divisão, determinado pelo STJD, está marcado para esta quarta-feira (4).
Na reunião será decidido se o Camponovense será incluído na competição, e, a partir dessa definição, um novo calendário será elaborado.
Contas da FMF desbloqueadas
Luciano Hocsman também comentou sobre o bloqueio das contas da FMF, informando que o problema já foi resolvido após sua chegada.
- Com relação ao TAC, tomei conhecimento. O setor financeiro havia me informado que a conta estava bloqueada. Já resolvemos essa situação. Vou seguir as orientações do departamento jurídico contratado pela Federação, que está trabalhando nesse processo — afirmou.
Apelo por união e fortalecimento do futebol local
Ao final da coletiva, Hocsman fez um apelo por união entre os clubes e destacou o potencial do futebol mato-grossense:
- O estado de Mato Grosso é muito pujante. É um estado que tem condição de ter mais clubes em divisões superiores. Tem muito clube tradicional aqui, muito clube que tem muita história. Esse processo todo serve pra entender o seguinte: se nós levarmos cada um para um lado, vai quebrar. A coisa vai parar e cada um vai pra sua casa. É preciso que as pessoas venham desarmadas de qualquer desconforto anterior, que pensem em um objetivo comum e no fortalecimento do futebol.”
Questionado sobre uma possível permanência interina na presidência da FMF, Hocsman negou qualquer possibilidade:
- Não houve nenhuma conversa com o presidente Samir (Xaud) sobre ser presidente interino. Isso não está nos planos da CBF. A intenção da CBF é restabelecer a normalidade na FMF. Não pretendo ter a solução sozinho. A Federação existe como mediadora de conflitos. A Federação é dos clubes — finalizou.