A maioria dos brasileiros não concorda com a proposta de aumento do número de deputados federais de 513 para 531. É o que aponta um levantamento do Instituto Datafolha publicado nesta terça-feira (17), em que 76% dos entrevistados disseram ser contra a medida. Apenas 20% são favoráveis à proposta, que já foi aprovada pela Câmara dos Deputados e está em análise no Senado. Outros 2% não souberam responder e 1% se disse indiferente.
A pesquisa ouviu 2.004 pessoas com 16 anos ou mais nos dias 10 e 11 de junho. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. O aumento do número de cadeiras na Câmara Federal é discutido em Brasília e deverá ser votado no Senado antes de 30 de junho.
A data representa o limite do prazo definido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 2023, para que parlamentares adequem a atual composição da Câmara a mudanças populacionais. De acordo com a determinação da Corte, o Congresso deve redistribuir as 513 cadeiras para adequar a representação populacional na Câmara, o que já é previsto na Constituição Federal.
Um cálculo do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), publicado em julho do ano passado, indica que o Rio de Janeiro seria o estado que mais perderia cadeira, indo de 46 para 42. A Bahia e outros três estados (Paraíba, Piauí e Rio Grande do Sul) perderiam duas cadeiras cadas. Alagoas e Pernambuco perderiam uma.
Pará e Santa Catarina ganhariam quatro deputados cada, chegando a 21 e 20, respectivamente. Amazonas ganharia dois, e Ceará, Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais ganhariam um cada. Para o relator do projeto na Câmara, deputado Damião Feliciano (União-PB), a medida pode aumenrar os gastos públicos em até R$ 64,6 milhões por ano, segundo estimativa feita pela direção da Casa.