DOUG MILLS / Agência O Globo
WASHINGTON - O governo do presidente americano Joe Biden chegou a um acordo para a compra de 500 milhões de doses da vacina contra o coronavírus da Pfizer para doar a pelo 100 países ao longo dos próximos 2 anos.
A medida é o mais recente esforço do governo dos Estados Unidos para aumentar a vacinação global. Durante os primeiros meses deste ano, o país — que alterou linhas de produção e investiu bilhões para a pesquisa, desenvolvimento e produção de vacinas — foi criticado por ter adotado políticas protecionistas, distribuindo os imunizantes entre sua população. Agora que a campanha americana já está avançada, o governo adota medidas na chamada diplomacia das vacinas, a exemplo do que já faziam China e Rússia.
Mais de 50% dos americanos já recebeu ao menos uma dose de vacinas contra o coronavírus, enquanto este índice na África é de 2%.
Biden deve anunciar o plano na reunião do G7 no Reino Unido nesta semana, em meio a pedidos crescentes para que os Estados Unidos e outros países ricos desempenhem um papel mais substancial no aumento do fornecimento global de vacinas. Biden disse a repórteres na quarta-feira, ao embarcar no Força Aérea Um para a Europa, que anunciaria sua estratégia global de vacinas.
Na semana passada, os Estados Unidos anunciaram a doação imediata de 25 milhões de vacinas, a serem seguidas por outras 55 milhões de doses até o fim do mês. As 80 milhões de doses representaram a doação direta mais volumosa já feita por um único país, somando acordos bilaterais e pelo Covax, o consórcio liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Ainda assim, Representaram menos de 2% da quantia necessária para vacinar todas as pessoas nos países de renda baixa e média do mundo, segundo um levantamento da ONG Kaiser Family Foundation.
Na viagem de uma semana à Europa, a primeira viagem internacional desde que assumiu a Casa Branca, Biden pretende reivindicar uma posição para os Estados Unidos, após o desgaste nas relações transatlânticas durante o governo de Donald Trump. A vacina é um dos itens que estarão em pauta, assim como a criação de um imposto global sobre grandes corporações e uma aliança internacional frente à China.
A oferta de vacinas, neste sentido, é um gesto de que os Estados Unidos estão dispostos a atuar a favor da comunidade internacional. Ainda assim, pairam desconfianças entre os europeus para os objetivos de mais longo prazo de Biden, que entendem que a política americana tornou-se muito polarizada e permanece o risco do retorno de Trump em 2024.
A Casa Branca não quis comentar e a Pfizer não respondeu imediatamente a um pedido de comentário do Post.
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Quarta-Feira, 09 de Junho de 2021, 16h44