A China saiu em defesa do Brasil, atingido por uma tarifa de 50% sobre exportações de produtos brasileiros para os Estados Unidos, e classificou a decisão do presidente Donald Trump como “abuso”. O posicionamento aconteceu nesta quinta-feira (10/7), por meio da chancelaria chinesa.
“A posição da China é muito clara. A China sempre se opôs a iniciativas que sobrecarregassem o conceito de segurança nacional e sempre defendeu que guerras comerciais e tarifárias não têm vencedores, e que o abuso de tarifas não interessa a ninguém”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning.
Antes de anunciar a nova taxa tarifária para os produtos brasileiros, Trump já havia voltado os olhos para o Brasil.
De acordo com a Casa Branca, o presidente dos EUA monitorou “de perto” a última cúpula dos Brics, realizada no Rio de Janeiro no dias 6 e 7 de julho. Na época, além de fazer ameaças sobre taxas de 10% para países do bloco, ou nações que se aproximassem do grupo, Trump saiu em defesa de Jair Bolsonaro (PL).
Após perder as eleições de 2022, o ex-presidente passou a enfrentar problemas com a Justiça Brasileira. Em outubro de 2023, Bolsonaro foi declarado inelegível até 2030, por abuso de poder político e econômico. Atualmente, o ex-capitão do Exército enfrenta um julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de liderar uma organização criminosa que pretendia realizar um golpe de Estado.
Apesar do cenário, Trump disse acreditar na inocência de Bolsonaro, vítima de uma “caça às bruxas”, nas palavras do líder norte-americano.
Na carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o mandatário norte-americano voltou a defender o ex-presidente brasileiro, e disse que o julgamento de Bolsonaro foi uma das motivações para a taxa de 50% — além de um déficit comercial, inexistente, que estaria prejudicando os Estados Unidos.
alexandre
Quinta-Feira, 10 de Julho de 2025, 21h30Carlos Nunes
Quinta-Feira, 10 de Julho de 2025, 16h29