A presidente Dilma Rousseff nomeou nesta sexta-feira o deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) para o cargo de ministro da Secretaria de Relações Institucionais, pasta responsável pela articulação política do governo. Ideli Salvatti, então titular, assumirá a Secretaria de Direitos Humanos, de onde sairá Maria do Rosário para disputar reeleição como deputada ou um mandato de senadora pelo Rio Grande do Sul.
Dilma conseguiu uma saída honrosa para Ideli. Ela ficará no governo até o fim do ano e depois ocupará uma vaga de ministra no Tribunal de Contas da União (TCU). A posse dos novos integrantes do primeiro escalão está marcada para a próxima terça-feira (1º).
Indicado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mentor político de Dilma, Ricardo Berzoini é petista histórico e já foi ministro da Previdência Social e do Trabalho no primeiro mandato de Lula. Em sua passagem pela Previdência, Berzoini ficou conhecido por elaborar reforma na qual foi implantada a contribuição de servidores inativos. Ele também ordenou a suspensão, sem aviso prévio, do pagamento dos benefícios do INSS às pessoas com mais de 90 anos até que elas se recadastrassem, o que criou ficas de idosos em cadeiras de rodas nos postos de atendimento.
Em 2006, durante a campanha tumultuada de Lula à reeleição – o pleito ocorreu ainda à sombra do escândalo do mensalão – Berzoini foi demitido da equipe de campanha pelo episódio conhecido como o “escândalo dos ‘aloprados’”. À época, ele era presidente do PT quando membros do comitê de campanha tentaram comprar um dossiê com falsas acusações contra candidatos tucanos. O escândalo explodiu 15 dias antes do primeiro turno das eleições. Lula chamou os correligionários de “aloprados” diante da tentativa.
PTB continua fora do primeiro escalão
Apesar de se declarar aliado do governo, o PTB continua fora do comando de um dos 39 ministérios do governo Dilma. Desde o ano passado, já era esperado que o partido ficasse de fora na dança das cadeiras. Como agrado, a legenda deverá receber cargos de segundo escalão e o senador Gim Argello (PTB-DF), líder do partido no Senado, deverá ocupar uma vaga de ministro do TCU.
Dilma fez a reforma ministerial em três etapas. Começou mudando titulares do PT e a troca mais significativa ocorreu na Casa Civil, quando Aloizio Mercadante ocupou o posto no lugar de Gleisi Hoffmann. A pasta voltou a ter status informal de superministério.
A segunda etapa foi a mais turbulenta diante da rebelião do PMDB, principal sócio do PT no governo federal. A presidente se recusou a ampliar o espaço do partido no governo e ainda contrariou os interesses da bancada peemedebista na Câmara, que queria indicar deputados para os Ministérios da Agricultura e do Turismo.