Em apenas um mês desde que a Polícia Civil (PC) prendeu Karine Gouveia, proprietária de uma das maiores clínicas estéticas de Goiânia, o número de vítimas quase triplicou.

Inicialmente, eram 24 relatos de deformações realizadas pela ‘biomédica’, agora, o número chega a 70 pessoas, conforme apontou a 1ª Delegacia Regional de Polícia (1ª DRP), responsável pela investigação.

Pessoas de diversas cidades e estados do Brasil, assim como clientes do exterior, viajaram para a capital goiana após serem atraídas por publicidades veiculadas nas redes sociais.

Contudo, alguns pacientes tiveram problemas sérios após passarem pelas mãos da empresária, que utilizava produtos indevidos nos procedimentos estéticos, causando deformações severas. Em casos específicos, as vítimas chegaram a perder parte do nariz e dos lábios.

 

Presos desde 18 de dezembro, Karine Gouveia e o marido, PC Segredo, são acusados de fornecer tratamentos diferentes dependendo do poder aquisitivo dos clientes. De acordo com a investigação, influenciadores e pessoas famosas eram submetidos aos produtos adequados, enquanto pacientes comuns recebiam itens proibidos para operações deste tipo, como o PMMA, que pode causar necrose.

A Operação Face Oculta, conduzida pela PC de Goiás, registrou que o casal é alvo de um inquérito que aponta sete crimes: exercício ilegal da medicina; lesão corporal gravíssima; falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos, ou medicinais.

Não o bastante, eles também são investigados por estelionato; execução de serviço de alto grau de periculosidade sem autorização; fazer afirmação falsa ou enganosa ou omitir informação relevante sobre produtos ou serviços; e organização criminosa.