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TRISTE

Família de bebê que depende de aparelho para respirar tem energia cortada após não pagar conta

 

TERRA

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A família de um bebê de 1 ano e meio, que nasceu com múltiplas malformações, está desesperada para conseguir religar a energia da casa deles, no bairro Paraíso, na zona sul de São Paulo. Angélica Cardoso da Silva, mãe do menino, conta que a criança depende de um aparelho elétrico que precisa ser utilizado várias vezes ao dia para desobstruir o tubo que auxilia na respiração.

“Ele precisa usar um aparelho de oxigênio ligado na tomada, que chama concentrador. Esse concentrador, ele puxa, ele fica 24 horas por dia nele, e ele puxa muita energia”, explica a mãe ao Terra. 

Ela diz que o fornecimento de energia foi cortado na tarde desta terça-feira, 30, porque a família não teve como pagar a conta. A mãe detalha que tentou conversar com os agentes da Enel, concessionária de energia, mas fala que os funcionários cortaram o fornecimento mesmo assim e até levaram o relógio. 

Sem energia em casa, ela, o marido e os cinco filhos precisaram ir até a casa da mãe de Angélica, para que a criança não fosse prejudicada pela falta do aparelho. 

“Eu não tinha pra onde ir. Mas assim, a situação dele já é difícil, né? Porque a gente tem outros milhares de problemas com ele mediante a insumos que a gente precisa”, lamenta Angélica.

Angélica relata que o drama da família começou após a casa pegar fogo, em 2021, antes do nascimento da criança. Na tentativa de reerguer o imóvel, as dívidas se acumularam. “Quando a minha casa pegou fogo, ficamos mais ou menos quatro meses fora de casa, até se restabelecer. Eles condenaram a parte de cima, onde era o quarto. Com a ajuda da vizinhança, conseguimos retomar. E ai, foi religado a energia. A conta já estava vindo R$ 200. Aí, passaram os meses, aí foi ficando R$ 300, aumentando, aumentando”, conta.

Ela diz que, após notar o problema, procurou a empresa de energia, que afirmou que iria enviar um técnico, que nunca chegou a ir. Depois que engravidou da criança, ficou desempregada e até conseguiu negociar um acordo, mas, somadas com a fatura mensal, as cobranças vinham acima de R$ 500, em alguns meses, valor que a família que não conseguia pagar. 

“Fiz esse acordo com eles, porém, as contas, que, além do acordo, era a conta do mesmo jeito, o valor é alto do mesmo jeito. E aí, tipo, virou uma bola de neve, sabe? E eu não dei conta de pagar. Aí, foi ficando nessa situação. Até que meu bebê nasceu, em janeiro de 2023”, explica. 

Segundo ela, devido às condições da criança, as idas ao hospital se tornaram constantes, dificultando dar prioridades para outros assuntos. A médica do bebê sugeriu que ela pedisse a diminuição do valor da conta de energia, mas Angélica não conseguiu o benefício. 

“Eu peguei o laudo que ela me deu e esses papéis, retornei novamente lá, com toda essa documentação. A moça que me atendeu disse para mim que ela ia mandar, mas [que] ela já sabia que eles não iam aceitar porque eu já tinha um acordo. E como eu já tinha quebrado um acordo, eu só poderia pagar tudo à vista. Eu falei para ela que eu não tinha como pagar o valor total daquele tanto à vista. Eu não tinha como fazer isso. Eu estava passando por toda essa situação com o meu filho”, conta Angélica. 

A dona de casa conta que, a princípio, não recebeu nenhum aviso sobre o corte, mas diz que funcionários chegaram a ir até a casa da família algumas vezes para fazer o corte. “Alguns funcionários deles [da Enel] que vinham, eu mostrava o laudo, mostrava o meu filho, que ficava no concentrador e eles pegavam, tiravam a foto e iam embora”, explica. 

Apesar da necessidade do bebê, Angélica conta que ela e o marido,  Maurício Pereira, evitaram ao máximo recorrer à Justiça. Ela explica que tentou conversar buscando uma nova forma de quitar e que até abriu um chamado no site Reclame Aqui, plataforma de reputação, mas nada resolveu.

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Desespero

Angélica se diz desesperada e sem saber o que fazer. “Falei para ele assim, moço, por favor, eu estou com o meu filho, se você quiser entrar lá dentro, ver o meu filho, onde ele está, o concentrador é ligado. Se você desligar a minha energia, o meu filho pode vir a óbito”, relata. 

“Meus vizinhos começaram a ver o meu desespero, começaram a gritar, falando que aqui tinha uma criança deficiente, nessa situação. E assim foi”, lamenta. 

A família ressalta que deseja apenas que a energia seja religada, pois a criança precisa usar constantemente o aparelho. “Fica totalmente constrangido porque eles vêm na nossa porta mediante vizinhos e tudo, né? Além disso, e com a situação do meu marido, porque além dele usar esse concentrador, ele usa um outro aparelho pra fazer aspirações na traqueostomia dele, que ele usa tráqueo e gás”, explica. 

“Eu fico totalmente chateada porque eu não tenho condições de pagar porque também não tenho condições de trabalhar e fico muito chateada da empresa não compreender o meu lado. Eu sei que tem casos e casos, né? Mas assim, eu nunca fui ilegal, né? Pra eles não tentarem entrar num acordo comigo. A situação do concentrador não é uma escolha minha, é um aparelho que puxa muita energia”, diz Angélica. 

O que diz a Enel

Em nota, a Enel Distribuição São Paulo informou que já entrou em contato com a cliente e que a religação do serviço está como prioridade no atendimento. Veja a nota na íntegra:  

A Enel Distribuição São Paulo informa que entrou em contato com a cliente e esclareceu sobre a documentação necessária para que seja realizado o cadastro junto à distribuidora como cliente que depende de aparelho elétrico para sobreviver. A religação da unidade consumidora já está em campo com priorização no atendimento.

Reforçamos que todos os clientes dependentes de aparelhos elétricos precisam efetuar o cadastro. A documentação necessária pode ser consultada pelo site https://www.enel.com.br/pt-saopaulo/Para_Voce/cadastro-de-clientes-vitais.html e enviada para o e-mail [email protected] para análise da companhia. 





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Comentários (2)

  • TODOS

    Sexta-Feira, 02 de Agosto de 2024, 09h26
  • ISSO E UM CRIME COM A PALAVRA MINISTERIO PÚBLICO ??????
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  • Carlos Nunes

    Sexta-Feira, 02 de Agosto de 2024, 06h58
  • Pois é, depois que o CLERISTON DA CUNHA, pai de família da raça negra, morreu porque foi impedido de ter o tratamento médico quando mais precisava...e tio Xandão mandou prender o professor aposentado, da raça negra também, JAIME HENSKES, com CÂNCER DE PRÓSTATA EM ESTÁGIO AVANÇADO...parece que a Declaração Universal dos Direitos Humanos evaporou no Brasil...O Congresso dos Estados Unidos quer saber por que os Direitos Humanos não tão sendo respeitados mais no Brasil. A luz dessa casa, que tem essa criança doente JAMAIS deveria ser cortada. É desumano isso. Até o PROCON poderia evitar isso...Com risco de morte, a empresa de Energia não pode cortar luz nenhuma. A garantia de vida vem em primeiro lugar...Se cortar a luz, e, por causa disso, a criança vier a morrer...é assassinato. Foi o que aconteceu com o CLEZÃO, porque não foi liberado pra tratamento médico, quando mais precisava. Tá havendo muito RACISMO com os prisioneiros e prisioneiras do dia 8 de janeiro. São da raça negra: CLERISTON DA CUNHA, JAIME HENSKES, Dona JUPIRA, cuidadora de idosos, condenada a 14 anos de prisão, VILDETE DA SILVA, 73 anos, aposentada, que tem trombose...e muitos outros e outras. Será que o Ministro dos Direitos Humanos, que é da raça negra também, tá acompanhando os casos de seus irmãos e irmãs de raça, pra ver se, dentro do Princípio da Presunção da inocência, a AMPLA DEFESA está ocorrendo? Advogados reclamaram que não tiveram acesso aos clientes, quando estes foram presos...não puderam acompanhar os Inquéritos...não tiveram acesso às Imagens pra ver o que cada um fez ou não fez...os supostos crimes não foram individualizados. Queixam que a AMPLA DEFESA foi impedida. Tio Xandão condenará todos e todas...penas de 14, 17 anos...pelo Golpe que não houve. Só um escapará da condenação: o CLEZÃO...porque morreu.
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