A Polícia Civil investiga uma denúncia de lesão corporal e injúria, com indícios de motivação discriminatória, contra a influenciadora digital e criadora de conteúdo adulto Débora Peixoto. O caso aconteceu na madrugada de segunda-feira passada (28) no drive-thru de uma unidade do McDonald’s em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

Em depoimento na 52ª DP (Nova Iguaçu), Débora relatou que foi xingada e empurrada por dois homens que se irritaram com a demora na fila do drive-thru, na Avenida Abílio Augusto Távora. Segundo a influenciadora, a agressão ocorreu na presença de um segurança do estabelecimento, que não interferiu. Este fato também sendo investigado pela polícia.

Nas redes sociais, Débora compartilhou vídeos nos quais aparece sendo hostilizada pelos agressores. Nas imagens, os homens fazem insinuações sobre doenças sexualmente transmissíveis e afirmam que ela "não conseguiria fazer nada", alegando que "mandavam em Nova Iguaçu". Um dos vídeos mostra, ainda, um deles incentivando um estupro coletivo, enquanto outros homens se aglomeravam ao redor para assistir à briga.

"Estava com meus primos e fomos extremamente ofendidos. Nunca imaginei passar por esse tipo de constrangimento. O pior é que o segurança era amigo deles, e nos sentimos coagidos o tempo todo. Quando disse que iria à delegacia, eles responderam que eu podia ir à que quisesse, porque eles mandavam na cidade", disse a influenciadora.

"Me chamaram de vagabunda, prostituta, drogada, disseram que eu tinha Aids. E isso tudo porque não queriam esperar na fila atrás de mim. Quando minha prima se identificou como advogada, um deles gritou 'enfia a OAB no ...' e ameaçaram estourar a gente ali mesmo", completou. 

Veja um dos vídeos gravados pela influenciadora:

"Independentemente do trabalho que escolhemos fazer, merecemos respeito. Não é porque produzo conteúdo adulto que alguém tem o direito de me ameaçar ou incitar abusos. Estou em pânico. Aquela cena não sai da minha cabeça", desabafou Débora.

Segundo a influenciadora, no momento em que tentava deixar o local, foi empurrada com força por um dos agressores e caiu no chão, sofrendo escoriações. Seu celular também foi quebrado na queda. O marido de Débora chegou em seguida e a retirou do local, mas foi perseguido por cerca de dois minutos por um dos homens, que só recuou ao notar a aproximação de uma viatura da Polícia Militar.

"Tem sido muito difícil. Estou fazendo acompanhamento psicológico porque a imagem não sai da minha cabeça. Fiquei totalmente desnorteada no dia, já tive apagões nesses últimos dias por causa do ocorrido. Tenho suado muito à noite, com crises de ansiedade, e fico imaginando o que poderia ter acontecido se aqueles homens viessem pra cima de mim. Estou muito abalada, tomando calmantes para ver se consigo pensar com mais clareza, mas confesso que está sendo muito difícil", disse Débora ao DIA. 

A influenciadora prestou depoimento e passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) na segunda-feira (28). A Polícia Civil analisa as imagens das câmeras de segurança do local para identificar e localizar os agressores.

Por meio de nota, o McDonald's repudiou qualquer ato de violência e reforçou seu compromisso "inegociável com a promoção de um ambiente seguro e respeitoso para funcionários e clientes". A empresa também se colocou à disposição da Polícia Civil para colaborar com as investigações.