A presidente Dilma Rousseff disse em entrevista para o jornalista Kennedy Alencar, exibida nesta quarta-feira (12) para o telejornal "SBT Brasil", que não pretende renunciar ao cargo e se recusou a responder se o governo teria força para barrar um possível processo de impeachment.
"Jamais cogito renunciar", assegurou a presidente, que criticou a tentativa de tirarem do poder uma "representante legitimamente eleita pelo voto popular". "Temos que ser capazes de conviver com as diferenças e situações difíceis. Não somos mais uma democracia infantilizada. Manifestações são normais mas temos que lutar contra a intolerância. Ela divide o país e transforma manifestações em processos que levam à violência".
Apesar de discordar que tenha cometido "estelionato eleitoral" por não cumprir promessas da campanha de 2014, a presidente admitiu que poderia ter investido mais em infraestrutura para levantar a economia. "Acredito que deveria ter me esforçado para que o Brasil não tivesse tantas amarras pra investir", afirmou.
O jornalista questionou ainda a presidente sobre o Projeto de Emenda Constitucional que pode aumentar o salário de delegados e advogados da União conforme os ganhos dos ministros do STF. Aprovado em primeiro turno na Câmara dos Deputados, o projeto teve 445 votos a favor e representou uma derrota do governo no Congresso.
"Isso afeta não é o governo federal só, tem um efeito cascata e é absolutamente impensável num momento de dificuldades que estamos vivendo, mas não só. O Brasil não suporta isso com taxas de crescimento que tivemos recentemente. Não suporta isso. Tanto é que todas essas PECs estavam engavetadas", disse a presidente.
No entanto, Dilma considerou que essa perda no primeiro turno não "representa uma posição do Congresso contra o governo".
Após a transmissão do jornal, a íntegra dessa entrevista estará disponível no UOL.