A Justiça do Trabalho condenou a empresa Havan, de Luciano Hang, a pagar uma indenização de R$ 5.900 a uma ex-funcionária por assédio eleitoral. A informação foi divulgada pelo jornal Folha de São Paulo. Segundo a ex-funcionária, de uma unidade de Jacareí (SP), a gerente da loja não aceitava conversas políticas que fossem contrárias ao então presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Na ação, ela alega que uma colega foi demitida por essa razão e também que a gerente dizia que a loja fecharia as portas caso o PT ganhasse a eleição em 2022. 

Em sua decisão, o juiz Fabrício Martins Veloso afirmou que ficou comprovada a pressão sobre funcionários para que não houvesse voto em partido contrário ao apoiado por Luciano Hang. Na campanha de 2022, o empresário chegou a dizer que lojas poderiam fechar se Bolsonaro perdesse a eleição. 

O magistrado citou ainda que a empresa não utiliza caixas com o número 13 e que o “constrangimento abusivo ficou evidente”.  

A Havan já recorreu da sentença e afirmou à Justiça que há anos vem sendo eleita como uma das melhores empresas para se trabalhar. A defesa da empresa afirmou que a funcionária nunca foi exposta a qualquer pressão ou constrangimento e que as manifestações de Hang sempre observaram os seus direitos de livre expressão, jamais representando qualquer ameaça. 

“É de conhecimento comum a preferência política do dono da ré [a Havan], sendo que tal posicionamento não foi levado para dentro da sua empresa”, citou na ação o advogado Carlos Augusto Malhadas. 

Além disso, a empresa afirmou à Justiça que os caixas das lojas Havan não levam o número 13 por razões particulares do empresário, e que é assim desde a sua fundação, em 1986. “Não foi produzida prova robusta acerca dos alegados danos morais”, diz a defesa.