MP aponta ato irregular de Bolsonaro e senador em motociata

 

O Ministério Público Eleitoral (MP Eleitoral) entrou com uma representação no Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia (TRE-RO) contra o senador Marcos Rogério (PL-RO) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por suposta propaganda eleitoral antecipada. O caso envolve uma motociata realizada em Brasília, em 29 de julho deste ano, e um vídeo divulgado nas redes sociais.

Na gravação, Bolsonaro aparece escrevendo o número “222” na camisa do senador — identificação numérica que remete à sua candidatura. Para os procuradores, a cena de 22 segundos não foi casual, mas planejada para “promover publicamente o pré-candidato e criar associação com seu número eleitoral, configurando pedido antecipado de voto”.

O MP destaca que o ato ocorreu fora do período permitido para campanha, que começa apenas em 16 de agosto de 2026 e, portanto, viola a legislação eleitoral. Além de pedir que o vídeo seja removido das redes sociais de Marcos Rogério e de Bolsonaro, a Procuradoria também solicitou que ele seja retirado de três sites de Rondônia.

Os procuradores apontam que a ação favorece diretamente a reeleição do senador, que deve disputar novo mandato após o fim de oito anos no Senado. À época, Bolsonaro ainda não cumpria prisão domiciliar — posteriormente decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

O Metrópoles tenta contato com Marcos Rogério e com a defesa de Bolsonaro.

Motociata

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou na terça-feira (29/7) de uma motociata organizada por seus aliados. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, a vice-governadora do DF, Celina Leão (PP), e o filho 01 do ex-mandatário, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), estavam entre os políticos que foram ao evento.

O ato partiu do Capital Moto Week, evento de motociclistas realizado anualmente em Brasília. Bolsonaro e os motoqueiros saíram da Granja do Torto em sentido à Esplanada dos Ministérios. A multidão, porém, se dispersou na altura da Rodoviária do Plano Piloto porque o governo do DF fechou a Esplanada.