Mundo Quinta-Feira, 17 de Julho de 2025, 19h:56 | Atualizado:

Quinta-Feira, 17 de Julho de 2025, 19h:56 | Atualizado:

CRISE COM TRUMP

“Não há vencedores em guerras tarifárias”, diz Lula

Presidente afirmou, em pronunciamento, que ninguém está acima da lei

METRÓPOLES

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi à TV na noite desta quinta-feira (17/7) e elencou as ações do governo para contornar a taxação de 50% a produtos brasileiros, imposta pelos Estados Unidos a partir de 1º de agosto. No vídeo, de mais de 4 minutos, o petista chamou a carta que o presidente norte-americano, Donald Trump, enviou ao Brasil de “chantagem inaceitável” e foi enfático ao afirmar que “não há vencedores em guerras tarifárias”.

“Realizamos mais de 10 reuniões com o governo dos Estados Unidos e encaminhamos, em 17 de maio, uma proposta de negociação. Esperávamos uma resposta, e o que veio foi uma chantagem inaceitável, em forma de ameaças às instituições brasileiras, e com informações falsas sobre o comércio entre o Brasil e os Estados Unidos”, disse.

Lula reservou parte de seu pronunciamento para criticar políticos brasileiros que, segundo ele, estariam apoiando a medida norte-americana. “Minha indignação é ainda maior ao saber que esse ataque ao Brasil conta com o apoio de alguns políticos brasileiros. São verdadeiros traidores da pátria. Apostam no ‘quanto pior, melhor’. Não se importam com a economia do país nem com os prejuízos causados ao nosso povo.”

O mandatário reforçou ainda que “não há vencedores em guerras tarifárias”. “Somos um país de paz, sem inimigos. Acreditamos no multilateralismo e na cooperação entre as nações. Mas que ninguém se esqueça: o Brasil tem um único dono – o povo brasileiro.”

Atuação das plataformas digitais

O presidente também abordou a atuação de plataformas digitais no país e reiterou que empresas estrangeiras devem se submeter às leis brasileiras. “No Brasil, ninguém está acima da lei. É preciso proteger as famílias brasileiras de indivíduos e organizações que utilizam as redes digitais para aplicar golpes e fraudes, cometer crimes de racismo, incentivar a violência contra as mulheres, atacar a democracia, além de espalhar ódio, violência e bullying entre crianças e adolescentes — em alguns casos, levando à morte — e desacreditar as vacinas”, declarou.

Lula defendeu o diálogo com diferentes setores da sociedade como forma de enfrentar os impactos econômicos da taxação. “Estamos nos reunindo com representantes dos setores produtivos, da sociedade civil e de órgãos fiscalizadores. Esta é uma grande ação conjunta, que envolve a indústria, o comércio, o setor de serviços, o setor agrícola e os trabalhadores.”

O presidente ainda afirmou que o Brasil continuará apostando nas relações diplomáticas com os Estados Unidos e com outros parceiros internacionais. “Seguiremos apostando nas boas relações diplomáticas e comerciais, não apenas com os Estados Unidos, mas com todos os países do mundo”, disse. “A primeira vítima de um mundo sem regras é a verdade.”

Em defesa do comércio brasileiro, Lula contestou as alegações de práticas desleais. “São falsas as alegações sobre práticas comerciais desleais por parte do Brasil. Os Estados Unidos acumulam, há mais de 15 anos, superávit comercial de 410 bilhões de dólares.”

Pix

O presidente também rebateu críticas ao sistema de pagamentos brasileiro, alvo indireto da carta de Trump. “O PIX é do Brasil. Não aceitaremos ataques ao PIX, que é um patrimônio do nosso povo. Temos um dos sistemas de pagamento mais avançados do mundo — e vamos protegê-lo.”

Lula encerrou o pronunciamento com um apelo à união nacional e à confiança no país. “O Brasil é muito maior do que qualquer ameaça. Nossa força está na união do nosso povo. Juntos, com diálogo, coragem e amor pelo Brasil, vamos vencer mais esse desafio.”

Mais cedo, Lula iniciou uma ofensiva também em rede internacional. Em entrevista à CNN dos Estados Unidos, o petista alertou que a tarifa imposta por Trump prejudicará os consumidores norte-americanos. Também afirmou que a ameaça não surtirá efeito para livrar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), aliado do republicano, do inquérito sobre golpe de Estado que corre no Supremo Tribunal Federal (STF).

Primeiro pronunciamento em contexto positivo

Este foi o terceiro pronunciamento convocado por Lula em 2025. Em fevereiro, o presidente foi à TV com a primeira peça produzida sob a gestão do seu novo ministro da Secom, Sidônio Palmeira. Na ocasião, o petista tentava recuperar popularidade após a crise do Pix, explorada de maneira intensa pela oposição. Ele reforçou programas, mas não apresentou novidades.

No fim de abril, o presidente falou no contexto do Dia do Trabalhador. Na transmissão, tentou ser propositivo ao abordar a proposta de fim da escala 6 x 1, mas precisou defender seu governo diante da explosão da farra no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Dessa forma, Este é o primeiro pronunciamento de Lula convocado num contexto de recuperação da popularidade.

Como mostrou o Metrópoles, o governo sente que saiu das cordas com ajuda de Trump e está entusiasmado. A ofensiva da Casa Branca contra as exportações brasileiras aproximou Lula do empresariado e setores da economia associados à direita. Antes, o Planalto já havia surfado na onda do Congresso, que amargou derrotas ante a opinião pública pela resistência em taxar os super ricos e por aumentar a conta de luz.

 





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Comentários (1)

  • Daniel

    Quinta-Feira, 17 de Julho de 2025, 23h26
  • Trump não gostou da jabuticaba?
    1
    0











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