O presidente americano, Barack Obama, advertiu nesta segunda-feira que Washington e a Europa farão a Rússia pagar pela anexação da Crimeia, antes de uma reunião do G7 na Holanda sobre a situação na Ucrânia.
"Europa e Estados Unidos estão unidos em seu apoio ao governo e ao povo da Ucrânia, e estão unidos para fazer a Rússia pagar pelo custo de suas ações neste país", declarou Obama à imprensa em Amsterdã, depois de se reunir com Mark Rutte, o primeiro-ministro holandês.
Rutte declarou, por sua vez, que ambos consideram "a tentativa da Rússia de tomar o controle da Crimeia como uma violação evidente do direito internacional".
"Condenamos estes atos nos termos mais enérgicos", acrescentou.
Por iniciativa de Barack Obama, os líderes do G7 se reúnem na noite desta segunda-feira em Haia à margem de uma cúpula sobre segurança nuclear que prosseguirá na terça-feira.
Nos últimos dias, as forças russas e pró-russas tomaram sem confrontos quase todas as bases militares ucranianas na península, a última delas a de Feodosia, na madrugada desta segunda-feira.
Pouco depois, as autoridades de Kiev ordenaram a retirada de suas tropas da Crimeia e o vice-primeiro-ministro da península, Rustam Temirgaliev, não demorou em proclamar que a Ucrânia não tem mais tropas leais no território.
Com os últimos movimentos, Moscou conclui a tomada de controle da península, que integrou a Rússia até 1954. Em uma visita muito significativa, o ministro russo da Defesa, Serguei Shoigu, viajou nesta segunda-feira à Crimeia, onde o rublo já começou a circular.
Agora, alguns temem que o presidente Vladimir Putin queira somar à Rússia outros territórios de língua russa do leste da Ucrânia.
Segundo a Otan, Moscou mobilizou forças muito significativas perto da fronteira oriental da Ucrânia, e Kiev disse no domingo que teme uma invasão.
A pior crise entre Ocidente e Rússia desde a desintegração da União Soviética, em 1991, ofuscará provavelmente a cúpula sobre segurança nuclear prevista em Haia nesta segunda e terça-feira.
O chanceler russo, Serguei Lavrov, e o secretário americano de Estado, John Kerry, devem se reunir nesta segunda-feira. Este será o primeiro desde que Washington impôs na semana passada sanções contra personalidades próximas a Putin, em represália pela incorporação da Crimeia à Rússia.