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MONSTRO

Padrasto é preso por torturar e obrigar criança a ingerir as próprias fezes

 

O DIA

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Policiais da 37ª DP (Ilha do Governador) prenderam, na noite de sexta-feira (16), Israel Lima Gomes, de 25 anos, suspeito de torturar a enteada de apenas quatro anos em Paciência, Zona Oeste do Rio. Segundo as investigações, o padrasto submetia a criança a sessões prolongadas de tortura, com requintes de sadismo. A vítima teve o intestino perfurado e chegou a ingerir as próprias fezes como forma de castigo por um suposto mal comportamento.

O caso veio à tona após a menina ser levada em estado grave ao Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ela apresentava um quadro gravíssimo de perfuração intestinal, fratura no braço e infecção generalizada no abdômen. De acordo com os médicos, a vítima chegou ao hospital à beira da morte, após sofrer quatro paradas cardíacas, além de apresentar vômitos esverdeados e vários hematomas por todo o corpo.

Mães presentes no hospital pediátrico acionaram a polícia ao se depararem com a criança bastante ferida no momento em que ela deu entrada na unidade de saúde. A mãe da vítima precisou de proteção para evitar um possível linchamento por parte das outras genitoras presentes.

Em depoimento, a responsável pela criança negou qualquer agressão à filha por parte dela ou de seu companheiro. Contudo, no decorrer das investigações, a análise das mensagens trocadas entre ela e Israel revelou que ele impunha castigos físicos como método de "educação". Em uma das mensagens, ele afirmou: "Ela é forte porque estou moldando ela na dor. Fica fraco quando é só amor." A frase causou indignação entre os investigadores, que classificaram o conteúdo como "evidente prática de tortura".

A Polícia Civil também descobriu que a criança já havia sido obrigada a ingerir fezes e frequentemente era trancada sozinha em banheiros escuros. As agressões, segundo a investigação, eram constantes e disfarçadas com justificativas como quedas ou acidentes.

Israel possui duas anotações criminais por violência doméstica e importunação sexual, incluindo um relato de que ele se exibiu nu para uma criança de 12 anos. No momento da prisão, ele não resistiu e negou ter agredido a enteada, referindo-se a ela como "amorzinho".

A criança permanece internada, entubada e em estado grave, correndo risco de vida.

Troca de mensagens foi crucial para a investigação

 

Para o delegado Felipe Santoro, o caso transcende a violência doméstica, configurando tortura sistemática e dissimulada, com claros indícios de perversidade. "Estamos diante de um verdadeiro carrasco. A frieza das mensagens, o padrão das agressões e a omissão deliberada de socorro revelam um cenário de terror que se arrastava há meses", disse.

Conversas extraídas do celular da mãe trouxeram mais detalhes perturbadores da convivência familiar. Em um dos trechos, a mãe questiona: "Será que isso na barriga dela pode ser as fezes que ela comeu?". Israel responde: "Ela não comeu nada. Fica falando m* não." Os investigadores consideraram essa resposta como uma "clara dissimulação do acusado, buscando evitar produzir provas contra si mesmo por meio de mensagens".

Em outro diálogo, a mãe confronta o companheiro: "Eu vi você dando uma joelhada nela só porque ela não queria comer." Ele reage com xingamentos e negação veemente. A menina também havia sofrido uma fratura no braço, que o casal tentou justificar como uma queda da cama.

Em trechos das conversas, a mãe descreve os alarmantes sintomas da filha: "Ela não para de vomitar um líquido verde", "Ela está vomitando muito com dor no corpo"; "Ela só pediu água e mesmo assim ela colocou pra fora"; "Agora estava sem batendo tremendo".

Em seguida, a mãe da criança afirma: "Não posso levar ela na UPA". No inquérito, a polícia enfatiza que a mãe tinha conhecimento das agressões.

A 37ª DP agora investiga se as irmãs da criança, também menores e residentes na mesma casa, foram vítimas de agressões.

O delegado Santoro fez um apelo à população sobre a importância de registrar ocorrências em casos de suspeita de abuso e maus-tratos. "Mesmo que pareça tarde, ainda assim é fundamental. Só assim conseguimos agir a tempo e impedir que monstros como esse sigam destruindo vidas", alertou.

O crime está sendo inicialmente tratado como tortura, um delito hediondo, mas pode evoluir para tentativa de homicídio qualificado.

A Polícia Civil reforça o pedido para que qualquer denúncia de maus-tratos contra crianças seja feita imediatamente pelos canais oficiais. "O silêncio protege o agressor e condena a vítima", concluiu o delegado.





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