O transporte aéreo da cocaína traficada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) — feito por meio de aviões particulares de pequeno porte — é um negócio rentável para todos os envolvidos, principalmente se a carga chegar intacta ao destino, geralmente a Europa.
Conversas interceptadas pela Polícia Federal (PF) entre Willian Barile Agati, o Senna, e dois comparsas, identificados como Don Corleone e Pato Donald, ilustram as quantias milionárias movimentadas pela facção para transportar a droga, que em solo europeu pode render lucros 10 vezes acima do valor praticado em território brasileiro.
Senna está preso desde janeiro e, em março, foi transferido para a mesma penitenciária de segurança máxima, em Brasília, onde Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como líder máximo do PCC, cumpre pena, desde 2023.
Somente os dois pilotos do jatinho particular, pertencente a Senna — chamado pela polícia de “concierge do PCC” –, receberam, cada um, R$ 800 mil para levar cerca de 1 tonelada de cocaína à Bélgica, de onde a carga seguiria, por via terrestre, até a Inglaterra, em novembro de 2020.