A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) indiciou a mãe e o padrasto de João Paulo de Moura Sousa, de 23 anos. João Paulo matou Larissa Pereira do Nascimento, 22, com vários golpes utilizando um taco de beisebol. Eles foram indiciados por participação em homicídio qualificado.
De acordo com o delegado Ricardo Viana, da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), os dois contribuíram para a morte da jovem.
“A Polícia Militar chegou no local, mas ela (a mãe) falou que estava tudo resolvido. Logo em seguida, os espancamentos foram retomados. Acreditamos que ambos tinham condição de relatar a verdade para a PM, cessando as agressões, e não teria resultado em morte”, disse Viana. “O fato de ela ter mentido contribuiu para que o filho matasse Larissa”.
A polícia não divulgou os nomes dos indiciados.
O crime ocorreu na madrugada do dia 9 de maio, no Condomínio Del Lago, no Itapoã. “Começou às 3h40 a briga e foi até as 5h30. Foram quase 2 horas de espancamento, com ela gritando e pedindo socorro, mandando ele parar. Ela até pediu a chave do portão”, contou ao Metrópoles um dos moradores, que preferiu não se identificar.
A violência dos golpes foi tamanha que um dos olhos da vítima estava fora da cavidade ocular. Além disso, o corpo de Larissa apresentava múltiplas lesões. João Paulo fugiu da cena do crime, mas foi preso ainda na tarde do crime escondido na casa do pai. O assassino responderá pelo crime de feminicídio.
Em depoimento prestado na 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), pelo menos três vizinhos contaram ter ouvido gritos de desespero vindos da casa onde estavam Larissa e João Paulo.
A Polícia Militar do DF (PMDF) foi chamada duas vezes, mas a mãe do agressor, que também estava no imóvel, disse aos PMs que estava tudo bem. Logo após a guarnição deixar a residência, nova sessão de tortura foi iniciada.
“Para de me bater, para, deixa eu ir”, teria implorado a vítima, segundo os vizinhos. Ainda de acordo com a oitiva das pessoas que moravam perto do casal, já na manhã de domingo, João Paulo sentou-se com a mãe e o irmão na calçada e admitiu ter tirado a vida de Larissa de forma covarde.
Como consta no boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil do DF (PCDF), ele teria dito à matriarca: “Mãe, ela está morta, eu matei ela, mas não quero ir preso”, disse o agressor. Mesmo a vítima tendo sido assassinada de madrugada, o Corpo de Bombeiros só foi acionado às 10h20.
A Polícia Civil não pediu a prisão da mãe e do padrasto. João Paulo de Moura Sousa vai ficar preso por tempo indeterminado.