A avó materna de Anaflávia Gonçalves, que encomendou o assassinato dos pais e do irmão em 2020, no ABC Paulista, relembrou o crime durante participação no Encontro, da TV Globo, desta sexta-feira, 3.
O crime foi tema do Linha Direta de quinta-feira. Romuyuki Veras Gonçalves, Flaviana de Meneses Gonçalves, Juan Victor Gonçalves, pai, mãe e irmão de Anaflávia, respectivamente, foram roubados, assassinados e tiveram os corpos queimados.
"Quando eu fiquei sabendo foi um susto. Me tirou do chão. Eu queria pensar que foi outra pessoa, uma outra pessoa, a dor seria menor. Eu ia sentir a morte deles, lógico, mas eu acredito que ia ser menos do que a minha neta, meu sangue. Eu nem desconfiei [...] Até hoje, quatro anos e 3 meses, eu não acredito que aconteceu tudo isso comigo, com a minha família, com ela, minha primeira neta. Eu ajudei a cuidar, eu embalei ela", iniciou Vera.
A avó ressaltou que a neta foi criada com "todo carinho e amor", mas que não tem mais nenhuma relação com ela após o crime."Com a Anaflávia eu não tem mais sentimento nenhum. Ela não é mais nada minha. Eu só quero justiça dela e dos quatro, né? Porque foram cinco [suspeitos]. Mas a pior foi ela, porque os outros não mataram pai, mãe e irmão. Ela matou pai, mãe e irmão", desabafou.
Em outro trecho da entrevista, Vera fala sobre o comportamento da neta durante o velório dos pais e do irmão quando a jovem ainda não era suspeita do crime. "Uma pedra de gelo tem mais sentimento do que ela. Até hoje eu falo, a gente sente o gelo, ela não. Ela agiu naturalmente, como se nada tivesse acontecido. Chorando fazendo cena. Eu choro de tristeza e dor, ela fazendo cena", relembrou.
A tragédia abalou a família de Vera intensamente. O marido e o outro filho de Vera, Flávio, cometeram suicídio anos após o crime. Segundo ela, elas não conseguiam lidar com a possibilidade de Anaflávia não ser condenada. "Eu preciso sair do luto, preciso começar a viver. Eu sou uma sobrevivente", finalizou.