O líder do Psol na Câmara dos Deputados, deputado Ivan Valente (SP), protocolou nesta quinta-feira um ofício na mesa diretora solicitando a investigação do vice-presidente da Casa, André Vargas (PT-PR). O petista admitiu ter sido imprudente ao usar um avião fretado pelo doleiro Alberto Youssef, preso em uma operação da Polícia Federal contra lavagem de dinheiro.

No pedido, o Psol afirma que as denúncias “vão além do âmbito pessoal” e merecem resposta objetiva e institucional da Câmara dos Deputados. Por se tratar de um vice-presidente da Câmara, a legenda entendeu que a própria mesa diretora deve formalizar o pedido de investigação à Corregedoria.

O fretamento do avião foi revelado pelo jornal Folha de S.Paulo, que teve acesso a investigações da PF envolvendo Youssef. Segundo o jornal, a viagem de Londrina (PR) a João Pessoa (PB) foi discutida em uma conversa entre os dois por um serviço de mensagem de texto. Inicialmente, o parlamentar afirmou ter pagado o combustível, mas depois disse que o doleiro bancou a viagem.

Em sua defesa, Vargas disse que conhece Youssef há 20 anos como um empresário importante de sua cidade, dono de um hotel. O mesmo motivo foi alegado por se envolvido em conversas para um contrato de interesse do doleiro no Ministério da Saúde. Segundo a PF, a empresa Labogen teria sido usada para fazer remessar ilegais ao exterior.

“É claro que com relação a avião eu reconheço: fui imprudente, foi um equívoco. Deveria ter exigido um contrato, deveria ter quitado, não deveria, e, aliás, peço desculpas por ter exposto minha família. É o que me machuca nesta hora”, disse Vargas ontem, em um discurso na tribuna do plenário.

Ele disse ter tentado pagar o combustível do avião, mas disse não ter conseguido porque a aeronave era locada. “Quando procurei para viabilizar o pagamento do combustível, não encontrei meios, porque não sabia que a aeronave havia sido locada. Coisa que descobri agora, em razão da ampla cobertura da mídia”, afirmou.