Quem é o preso com barras de ouro de R$ 61 milhões

 

Bruno Mendes de Jesus, de 30 anos, foi preso em Boa Vista com 103 kg de ouro avaliados em R$ 61 milhões. Ele tem um cadastro como empresário e é natural de Rondônia.

Na tarde desta terça-feira (5), Bruno passou por audiência de custódia, na qual sua prisão preventiva foi decretada. A decisão é do juiz federal Victor Oliveira de Queiroz, da 4ª Vara Federal Criminal.

A presença do suspeito na internet é tímida, ao contrário de sua esposa, que é blogueira. Juntos, os dois têm um filho de nove meses. Tanto a mulher quanto o bebê estavam na Hilux que foi abordada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) nesta segunda-feira (4).

Nas redes sociais, a esposa de Bruno compartilha a rotina. Várias fotos do casal mostram os dois ostentando viagens, passeios e comemorações em família.

Bruno tem cadastro de empresário no ramo de comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios na Receita Federal desde maio deste ano. No entanto, de acordo com seu advogado Smiller Carvalho, o casal "se desfez" da loja.

O endereço do cadastro é, na verdade, o condomínio onde a família mora, na zona Sul de Porto Velho. A defesa de Bruno afirma que ele atravessava um momento de “necessidade” e, com a esposa desempregada, "acabou fazendo o transporte".

Levado à Polícia Federal, Bruno ficou calado. Quando foi abordado pela PRF, disse ser fiscal de obras e afirmou que havia saído de Manaus para verificar uma construção, mas não soube informar o nome ou o endereço da obra que seria fiscalizada.

A apreensão dos 103 Kg de ouro foi a maior feita pela PRF em todo o país. As barras de ouro estavam escondidas em fundo falso no painel e em outros compartimentos da caminhonete, como no porta-objetos.

Durante a abordagem, Bruno apresentou sinais de nervosismo com a entrevista dos agentes da PRF. Eles suspeitaram de inconsistências na documentação apresentada por ele e decidiram fazer uma busca mais detalhada. Foi então que localizaram as barras de ouro escondidas - a maior parte estava no painel do carro.

"Fizemos a abordagem e, ao verificar o interior do carro, percebemos sinais de que algumas partes haviam sido mexidas. Isso nos levou a aprofundar a inspeção. Esses veículos geralmente fazem parte de rotas já mapeadas, mas a PRF está sempre patrulhando e utilizando técnicas policiais para identificar comportamentos suspeitos. Foi o caso dessa abordagem", explicou o agente da PRF, Rodrigo Magno.

O minério apreendido foi encaminhado à sede da Polícia Federal para investigação. Ainda não se sabe a origem nem o destino do ouro. A caminhonete, uma Hilux ano 2024, não estava registrada em nome do motorista preso. A PRF não divulgou a quem pertence o veículo.

Em nota, a defesa de Bruno informou que ele é um "trabalhador que, como milhares de brasileiros, atua em atividades relacionadas ao setor mineral, que embora possam se desenvolver em áreas de tensão regulatória, são, para muitos, meio de subsistência e única alternativa de sobrevivência."