O regime venezuelano anunciou nesta segunda-feira (19) que prendeu 38 pessoas, entre elas 17 estrangeiros, por suposta participação em planos para colocar explosivos em embaixadas, hospitais, comandos policiais e centros assistenciais do país.
“Há alguns dias chegou uma informação de ataques com explosivos dirigidos especialmente a embaixadas credenciadas na Venezuela”, disse o ministro do Interior do país e número dois do chavismo, Diosdado Cabello, em pronunciamento transmitido pelo canal estatal de televisão.
Segundo ele, os planos teriam como objetivo sabotar as eleições para governadores e legisladores marcadas para o próximo domingo (25), e transmitir ao mundo a imagem de “debilidade” do regime de Nicolás Maduro.
“O que eles querem é ter algum tipo de ressonância internacional”, disse Cabello sobre os idealizadores do suposto plano. Entre os estrangeiros, há, segundo ele, albaneses, ucranianos, mexicanos e colombianos.
Além das prisões, Cabello anunciou a suspensão de voos entre a Colômbia e a Venezuela, já que os presos teriam entrado no país através do país vizinho. “Demos instruções de suspender imediatamente todos os voos que venham da Colômbia para o nosso país”, disse.
Os presos pelo regime venezuelano seriam coiotes (pessoas que cobram para transportar migrantes de um país a outro), mercenários e pessoas que trabalham com explosivos, e teriam sido financiados pelo narcotráfico colombiano.
“Eles chegaram na Venezuela, sem nenhuma justificativa, e quando revisamos equipamentos telefônicos, fala-se claramente do trabalho que vinham realizar no país”, disse Cabello, sobre os supostos planos terroristas.
Histórico de denúncias e acusações
O chavismo já fez inúmeras denúncias públicas sobre supostos planos da oposição para gerar a violência no país, promover atentados contra integrantes do regime, e desde o ano passado centenas dezenas de prisões.
A oposição, organismos da sociedade civil e organizações internacionais, por sua vez, denunciam arbitrariedade em prisões – justificadas pelos supostos planos desestabilizadores – e violações aos direitos processuais e humanos por parte do regime.
Questionado pela principal ala da oposição, o pleito do próximo domingo definirá governadores, legisladores estaduais e nacionais da Venezuela.
O processo ocorre em meio a chamados de abstenção por opositores que, assim como boa parte da comunidade internacional, não reconhece a vitória atribuída a Maduro pelo Conselho Nacional Eleitoral nas eleições presidenciais do ano passado.
JOAO DA SILVA
Terça-Feira, 20 de Maio de 2025, 14h08