Mundo Segunda-Feira, 28 de Julho de 2025, 16h:00 | Atualizado:

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GENOCÍDIO

Trump afirma que "há fome de verdade" em Gaza

 

G1

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contradisse o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, nesta segunda-feira (28) ao dizer que "há fome de verdade" na Faixa de Gaza. Maior aliado de Israel, os EUA tinham discurso totalmente alinhado desde o início da guerra contra o grupo terrorista Hamas, em outubro de 2023

"Precisamos cuidar das necessidades humanitárias do que um dia se chamou de Faixa de Gaza (...) Podemos salvar muita gente. Algumas dessas crianças... é uma fome real, eu vejo isso, não dá para fabricar. Vamos nos envolver ainda mais. O primeiro-ministro [Starmer] vai nos ajudar", afirmou o presidente americano ao lado do premiê britânico, Keir Starmer.

A fala representou uma quebra na posição oficial dos EUA em relação a Israel, seu maior aliado no Oriente Médio, e ao modo como o país tem lidado com a crise humanitária em Gaza. Os EUA são o maior fornecedor de armamentos a Israel, e estão envolvidos no conflito desde o início. Os americanos também integram a controversa distribuição de alimentos tutelada por Israel, em que centenas de palestinos morreram ao buscar alimentos.

Perguntado se concordava com a afirmação de Netanyahu, que nesta segunda disse "não haver fome ou política [israelense] de fome em Gaza", Trump negou. Israel tem recebido crescentes críticas da comunidade internacional nos últimos dias —a situação atual dos palestinos é um "show de horrores", segundo a ONU.

"Não sei. Quer dizer, com base no que vejo na televisão, eu diria que não exatamente, porque aquelas crianças parecem muito famintas. Mas estamos enviando muito dinheiro e muita comida, e outras nações também estão começando a ajudar. (...) Quero que Israel se certifique de que as pessoas recebam comida", disse Trump.

Trump disse também que criará "centros de alimentação" em Gaza com a ajuda de países aliados, porém não especificou quais nações se juntariam aos EUA, e também não deu mais detalhes sobre a implementação desses centros.

"Vamos trabalhar próximos juntos para criar centros de alimentação em Gaza, onde as pessoas possam entrar [e comer], sem barreiras ou cercas. Hoje em dia elas veem a comida a uma distância, e há cercas e nem conseguem chegar a ela. Está uma loucura por lá", afirmou Trump em encontro com o premiê britânico, Keir Starmer.

Starmer afirmou que as imagens de crianças palestinas passando fome são "revoltantes". "Precisamos incentivar outros países a pedirem um cessar-fogo em Gaza". O Reino Unido, que já havia criticado a "distribuição de comida a conta-gotas", anunciou no sábado plano para evacuar crianças feridas e doentes de Gaza e reforçar a entrada de ajuda no território.

Dezenas de caminhões carregando ajuda humanitária entraram na Faixa de Gaza nesta segunda (28), após Israel ter estabelecido uma pausa humanitária na guerra com corredores humanitários em uma tentativa de aliviar a situação de "fome em massa" sofrida pelos palestinos.

Os caminhões carregando alimento aos palestinos entraram em Gaza pelo segundo dia consecutivo nesta segunda-feira a partir do Egito, pelo sul, na passagem de Rafah. Caminhões com sinais da Cruz Vermelha e de outras organizações internacionais foram vistos se deslocando do Egito em direção a Gaza.

“Mais de 120 caminhões foram recolhidos e distribuídos ontem pela ONU e por organizações internacionais. (...) Outros 180 caminhões entraram em Gaza e agora aguardam recolhimento e distribuição, junto com centenas de outros que ainda estão na fila para serem recolhidos pela ONU”, disse a Cogat, órgão do Ministério da Defesa de Israel responsável por assuntos civis nos territórios palestinos.

Israel anunciou no sábado uma pausa humanitária no conflito que trava com o grupo terrorista Hamas para permitir a distribuição de alimentos por terra após ter sido criticada por apenas liberar lançamentos aéreos de ajuda, considerados ineficazes. Foram criados corredores de ajuda humanitária em regiões no sul de Gaza, onde imagens de palestinos famintos intensificaram as críticas internacionais ao governo israelense. (Leia mais abaixo)

Segundo o Exército israelense, a atividade militar em Gaza será suspensa diariamente das 10h às 20h no horário local (4h às 14h em Brasília), até novo aviso, em Al-Mawasi, no sul, em Deir al-Balah, centro, e na Cidade de Gaza, ao norte. Rotas seguras para comboios que entregam alimentos e remédios estarão ativas durante o dia e fecharão durante a madrugada, segundo a pasta.

Israel tem enfrentado críticas crescentes da comunidade internacional devido à crise humanitária em Gaza, que chegou a um nível de "fome em massa", segundo a ONU e ONGs especializadas —o governo Netanyahu rebate críticas e o premiê israelense disse nesta segunda que "não há fome ou política de fome em Gaza". As negociações indiretas por um cessar-fogo, mediadas em Doha entre Israel e o grupo militante palestino Hamas, foram interrompidas e não há previsão de um novo acordo.

A situação em Gaza se tornou "um show de horrores", como descrito pelo secretário-geral da ONU, após Israel ter bloqueado totalmente a entrada de ajuda em Gaza entre março e maio para pressionar o Hamas a libertar os reféns que ainda mantém em cativeiro, e depois tomar controle da distribuição de comida no território —em que é acusada de ajuda a "a conta-gotas" e de matar palestinos que buscam ajuda.

Israel diz que restringiu a distribuição de ajuda humanitária para evitar que caia nas mãos do Hamas, e culpa a ONU pela recente ineficiência na distribuição de alimentos aos palestinos —no entanto, o Exército israelense proibiu a operação da ONU e de ONGs em Gaza. No domingo, Netanyahu reiterou que continuará guerra até "vitória total" sobre o grupo terrorista.

A guerra começou em 7 de outubro de 2023, quando um ataque terrorista do Hamas no sul de Israel matou mais de 1.200 israelenses e 251 foram levados reféns para Gaza. Desde então, a ofensiva israelense em Gaza matou quase 60 mil palestinos —em sua maioria mulheres e crianças, segundo dados de autoridades de saúde locais chancelados pela ONU— e reduziu grande parte do enclave a escombros e deslocou quase toda a população.

Israel iniciou uma pausa humanitária em corredores e pontos de distribuição de comida de Gaza neste domingo (27).O anúncio, feito pelo Ministério das Relações Exteriores de Israel neste sábado (26), foi confirmado em comunicado pelo Exército israelense no começo do dia:

"Para aumentar a escala de ajuda humanitária que entra na Faixa de Gaza, uma pausa tática local na atividade militar ocorrerá para fins humanitários das 10h às 20h, a partir de hoje. (...) Rotas designadas estarão em funcionamento para permitir a passagem segura de comboios da ONU e de organizações de ajuda humanitária que entregam e distribuem alimentos e medicamentos à população em toda a Faixa de Gaza", afirmou o Exército israelense em comunicado.

As Forças de Defesa israelenses também informaram no aviso pelo Telegram que rotas seguras para comboios com alimentos e medicamentos estarão disponíveis das 6h às 23h a partir deste domingo.As medidas vêm em meio à pressão internacional em razão da crise humanitária vivida pelos moradores do enclave, controlado pelo grupo terrorista Hamas (leia mais abaixo).

O chefe humanitário da ONU, Tom Fletcher, disse que as equipes intensificarão os esforços para alimentar os famintos durante as pausas nas áreas designadas. “Nossas equipes no terreno farão tudo o que puderem para alcançar o maior número possível de pessoas famintas nesse intervalo”, disse ele em uma postagem na rede X.

Israel também retomou o envio de alimentos para Gaza por meio de aviões e, na noite deste sábado (26), divulgou um vídeo do primeiro lançamento.Desde maio, esse apoio está concentrado na Fundação Humanitária de Gaza, entidade controversa apoiada por Israel e criticada pela Organização das Nações Unidas (ONU).

ONU diz que situação em Gaza é 'show de horrores'

A volta da permissão da ajuda aérea ocorre em um momento de agravamento da crise humanitária em Gaza. Dezenas de moradores do enclave morreram de desnutrição nas últimas semanas, segundo o Ministério da Saúde do território, controlado pelo Hamas. Desde o início da guerra, 127 pessoas morreram por desnutrição, incluindo 85 crianças, informou o ministério.

No sábado, uma bebê de cinco meses, Zainab Abu Haleeb, morreu de desnutrição aguda grave no Hospital Nasser, em Khan Younis, segundo profissionais de saúde.O Crescente Vermelho Egípcio informou que enviaria neste domingo mais de 100 caminhões com mais de 1.200 toneladas de ajuda alimentar para o sul de Gaza, via passagem de Kerem Shalom.

A ONU descreve a atual situação como um "show de horrores". Mais de 100 ONGs especializadas denunciam "fome em massa" no território."'As pessoas em Gaza não estão nem mortas nem vivas, são cadáveres ambulantes': disse-me um colega em Gaza nesta manhã", disse Philippe Lazzarini, comissário-geral da UNRWA, na quinta-feira (24).

Um vídeo divulgado pela agência Reuters na quinta-feira mostrou crianças palestinas atendidas com desnutrição severa em um hospital de Khan Younis, em Gaza. O World Food Program (WFP), braço das Nações Unidas dedicado à alimentação, disse nesta sexta-feira (25) que quase um terço da população palestina "não come durante dias seguidos".

O governo Netanyahu culpa a ONU e o grupo terrorista Hamas por impedir que os alimentos cheguem à população palestina.





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Comentários (1)

  • Carlos Nunes

    Segunda-Feira, 28 de Julho de 2025, 17h48
  • Pois é, tio TRUMP tá certo, uai. Israel táva quietinha no canto dela, quando o HAMAS atacou, barbarizou, estrupou. E a ONU nada pra resolver. Israel teve que contra atacar. GUERRA. O HAMAS tem a mania sanguinária de atacar e depois ficar no meio do povo palestino, que serve como escudo. Aí vem bala e mata muita gente. Os palestinos que discordam do HAMAS são degolados em praça pública. É proibida a oposição ao HAMAS. Também as Mulheres e os Gays são perseguidos pelo HAMAS. No Irão, que financiava o HAMAS, costumavam levar os Gays pros prédios mais altos e empurrar lá de cima. Coitada das Mulheres e dos Gays, nas mãos do HAMAS.
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