Donald Trump se envolveu em uma situação constrangedora com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, ao mostrar vídeos falsos de um suposto "genocídio branco" dos fazendeiros sul-africanos. Os políticos se reuniram na Casa Branca nesta quarta-feira, 21, para discutir as relações entre os dois países.
Durante a reunião, Trump exibiu alguns vídeos para "legitimar" suas acusações. No entanto, ele foi refutado por Ramaphosa, que afirmou desconhecer o conteúdo que estava sendo exibido a ele. O presidente dos EUA não informou de onde as imagens foram retiradas.
"Não sei, todos esses são artigos dos últimos dias, morte de pessoas, morte horrível", afirmou Trump, alegando que fazendeiros brancos sul-africanos estavam sofrendo ataques e fugindo da "violência e das leis racistas".
"Isso é quase o oposto do apartheid. O que está acontecendo agora nunca é noticiado. Ninguém sabe", completou o presidente dos EUA. Em fevereiro deste ano, Trump assinou um decreto no qual alegava que os sul-africanos brancos são vítimas de confisco de terras pelo governo e de "genocídio racial", o que gerou conflito entre os dois países.
O chefe do Executivo estadunidense também alegou que alguns desses africâneres estavam vivendo como refugiados nos Estados Unidos e suspendeu toda a ajuda externa à África do Sul. Ebrahim Rasool, embaixador sul-africano nos EUA, foi expulso do país.
Em resposta ao ataque do governo dos EUA, Ramaphosa afirmou que os vídeos mostrados por Trump "não são políticas do governo" e que Trump precisaria "ouvir as vozes dos sul-africanos" para mudar de ideia.
"Há criminalidade em nosso país. As pessoas que morrem, infelizmente, por atividades criminosas não são apenas brancas, a maioria delas são negras. Eu diria que, se houvesse um genocídio de fazendeiros brancos, aposto que esses três senhores não estariam aqui, incluindo meu ministro da Agricultura", disse.
O confisco citado por Trump é, na verdade, uma lei aprovada pelo governo da África do Sul para combater injustiças fundiárias estabelecidas durante o apartheid. Na semana passada, o governo dos Estados Unidos emitiu dezenas de vistos para sul-africanos entrarem no país como "refugiados".
Bruno
Quinta-Feira, 22 de Maio de 2025, 11h16aquiles
Quinta-Feira, 22 de Maio de 2025, 10h06