Respeitável público! Palmas para o Ministério Público, o MPE ... Clap, clap, clap, clap....! Abram os acortinados!
Mais uma vez, procuradores abordam as obras da Copa em mais uma investida municiada de pânico, assombração e proselitismos. Mais uma vez, caem sobre as estruturas da Arena Pantanal, o futuro palco do futebol de Mato Grosso. Já foram alvejados viadutos, pontes, trincheiras...
Um relatório agourento elaborado por quem só escreve e pontua o que quer ver, onde a razão não tem razão, prediz a desgraça coletiva durante os jogos da Copa em Cuiabá, amarrado em um incêndio controlado a tempo ocorrido em outubro do ano passado nas instalações de alvenaria simples, não estrutural, que atingiu apenas placas de isopor armazenadas no subsolo destinadas ao isolamento térmico do estádio e algumas dependências. A Mendes Júnior, construtora com mais de cinco décadas de tradição em execução de obras de alta complexidade em engenharia e segurança, usinas, pontes, estádios, unidades fabris, vias expressas etc, e os engenheiros da Secopa já dimensionaram os efeitos do aludido incêndio e concluíram que os estragos não foram significativos. Mas foram ignorados pelo poder de revulsão do MP.
Dentro do seu papel, é obvio, o Ministério Público abriu investigação, mas, extravagante, acabou de criar mais um “fato novo” desses gestados pelos que se enlevam bem mais com a ribalta e planetários do que com a situação propriamente dito. O alarde delirante dos procuradores é capaz, como foi, de instituir um sentimento coletivo de temeridade, insegurança e perplexidade.
Certamente que a partir da pessimista e maus presságios, não haverá um só cristão, ou não, que irá ao estádio sem medo de não ser vítima da “anunciada tragédia”, ser engolida por fendas gigantescas e sepultada por blocos de concreto e montões de ferragem.
Não é de hoje que o MPE e do Trabalho enchem e se expõem em eretismo duradouro: pela quinta vez se lançam contra as obras, parecendo, mais que claramente, decididos a atrapalhar, criar empecilhos e atazanar, como se fosse o ministério público do contra. Um parafuso espanado, lá vem o MPE pedir para raspar; água suja no bebedouro, o MPE pede, em alarido midiático, a oxigenação; falta de diesel na caçamba, o MPE vem cheirar; trabalhador sem receber, lá vem o MP carimbar; comida ruim lá vem o MP meter a colher. Vôte!
Posso até cometer o engano, mas não é razoável pensar que a engenharia de empresas habituadas a erguer obras de grande vulto e exatidão técnica, no Brasil e no exterior, possam na simplicidade de uma obra como a arena correr o risco de mandar para o ralo dezenas e dezenas de anos de trabalho. Não é possível que o governo do Estado, no caso a Secopa, cometa o disparate de construir uma arena esportiva como se fosse arquibancadas de rodeio de parques de periferia. É preciso bom senso, pois a divulgação de fatos como esses não apenas arranha a imagem do país e do Estado, mas, principalmente, porque incitar a calamidade pública não é mesmo missão do MP ou de qualquer órgão de controle que o valha.
Marcelo
Quarta-Feira, 19 de Fevereiro de 2014, 13h53