Na semana passada, as TVs e sites da grande mídia, como numa final de Copa do Mundo, bradaram para todo o mundo: a Esquerda Francesa virou o jogo. Meteu uma goleada no que chama de extrema-direita (para os desavisados, a maioria dos grandes canais de comunicação ignoram a existência de uma DIREITA).
Mas a que se deve a comemoração de uma vitória, na França, de uma coalizão de esquerda e EXTREMA-ESQUERDA (eles se esquecem de mencionar que há uns extremistas nesse balaio aí, que querem, por exemplo, aumentar o Imposto de Renda para 90% do rendimento, a pretexto de “redistribuir a riqueza).
Oras, todos sabem que um governo de esquerda tende a ser intervencionista na economia e na vida do cidadão, geralmente causando um certo caos nas finanças públicas e aumentando a dependência das pessoas do assistencialismo do estado. Quando o estado se torna “o paizão” dessas pessoas, tais cidadãos têm sua liberdade e capacidade de escolha tolhidos, com a justificativa de que o Estado sempre sabe o que é melhor para ela.
Porém, para manter esses cidadãos dependentes e subservientes, o Estado precariza a educação e gasta boa parte de sua receita com propaganda política. Aí entra o interesse da grande mídia. Com boa parte da população com um baixo nível de criticidade (quase analfabetos funcionais, como se pode perceber em alguns comentários dessa página), e rios de dinheiro com publicidade despendido pelos governos (e perdão de dívidas), setores da grande mídia veem terreno fértil para propagar as ideologias que lhe convém e para quem lhe pague melhor – principalmente ideologias lacradoras e que geram grande engajamento nos veículos de comunicação.
E nesse quesito, a esquerda é um banquete. É importante frisar que, não basta enaltecer as ideias esquerdistas (uns parênteses para dizer que algumas ideias da esquerda são boas, assim como alguns ideais direitistas são ruins), faz-se questão de demonizar ideias direitistas, deturpando conceitos e repetindo, à exaustão, o que há de pior nessa ala.
Repetiram para todo lado que, se a extrema direita vencesse na França, a xenofobia iria imperar, imigrantes seriam expulsos e que qualquer um que não fosse francês ou europeu seria escorraçado. Entretanto, esse tipo de conduta é visto em vários países da Europa, independentemente do viés político. Ou se pensa que é diferente na Alemanha, na Espanha, em Portugal ou no Reino Unido?
Bradam em alto som que a liberação de armas para civis (uma das bandeiras mais tradicionais da ala direitista) vai aumentar a taxa de homicídios e transformará qualquer lugar que tenha essa liberdade em um campo de guerra, sem demonstrar nenhuma evidência que comprove essa falácia.
Mas não alardeiam, por exemplo, que governos esquerdistas são a favor de invasões de terra e da inculcação de ideologias de gênero em crianças. Ou que alguns dos atuais governos ditatoriais (Cuba, Venezuela, Nicarágua) possuem viés de esquerda.
Enfim. Mais importante que a distinção entre esquerda e direita, que a cada dia que passa fica mais nebulosa e duvidosa, é buscar informação crítica e embasada sobre as pautas que cada lado defende. Não apenas lendo sites ou assistindo noticiários das mídias dominantes, replicando “ciência do Facebook” ou venerando os vídeos da “tia do zap”. É importante ir um pouco mais a fundo em cada um dos conceitos defendidos por cada uma das ideologias, não tentando fazer o outro engolir goela abaixo o que você acha certo.
É primordial, sobretudo, respeitar a opinião alheia, pois cada um defende sua visão de mundo segundo seu contexto de vida, dificilmente podendo alegar, a priori, que um está certo e o outro errado. Qualquer país tende a ir para o fundo do poço quando a diversidade de ideias, a liberdade de expressão com responsabilidade e o respeito mútuo deixam de existir, seja por meio da violência, do autoritarismo ou pela ignorância.
Eustáquio Rodrigues Filho – Cristão, Servidor Público e Escritor. Autor do livro “Um instante para sempre”
Carlos Nunes
Quinta-Feira, 18 de Julho de 2024, 19h04