Opinião Segunda-Feira, 21 de Junho de 2021, 08h:57 | Atualizado:

Segunda-Feira, 21 de Junho de 2021, 08h:57 | Atualizado:

Evaldo Duarte

Ao mestre com carinho

 

Evaldo Duarte

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No II Encontro Mato-grossense de Estudantes de Direito, em 2005, na Universidade de Cuiabá, o ex-governador Pedro Taques, então procurador da República e palestrante no evento, fez uma memorável distinção: "os meros professores passam, os Mestres ficam".

O professor Waldir Caldas Rodrigues - advogado criminalista, que nos deixou no último dia 18, vítima da covid-19 -, seguramente, foi um verdadeiro Mestre; e dos grandes.

E não me refiro apenas às suas aulas inesquecíveis e antológicas atuações nos tribunais do júri.

Waldir foi maestro da vida.

Sul-mato-grossense, veio para Cuiabá exercer o magistério na área da matemática. Embora apaixonado pela docência, a decepção com a precária estrutura da educação pública (muito pior, à época) o levou a percorrer outros caminhos.

Comerciante, repórter esportivo, ingressou nos umbrais da faculdade de Direito já pai de cinco filhos.

Mesmo sem condições financeiras para custear a mensalidade com tranquilidade - e, por vezes, sequer a tarifa do transporte coletivo -, não lhe faltaram os viços necessários à consagração profissional.

Dono de uma voz eloquente e de um irresistível carisma, Waldir foi uma amizade desmedida para todos que privaram de sua companhia. Tribuno nacionalmente reconhecido e professor universitário – ou melhor: Mestre –, também deixou indeléveis contribuições como membro de importantes Comissões da Seccional da OAB-MT.

Em 2018, encabeçou a chapa do recém-criado “Partido Novo” ao Senado da República, obtendo expressiva votação diante das condições materiais de sua candidatura. 

Àqueles que tiveram a alegria de ser seu aluno, amigo, colega, ou familiar, certamente é uma perda irreparável, somente se encontrando algum conforto na grata reminiscência da honra e do privilégio de tê-lo como parte de suas vidas.

À advocacia mato-grossense mais um belo exemplo em sua história. Como bem disse o nosso Eminente Presidente, Dr. Leonardo Campos, perde-se “um dos maiores expoentes na defesa da liberdade e dos direitos humanos. O Tribunal do Júri fica órfão de uma das vozes mais imponentes em prol do direito de defesa”.

De minha parte, pessoalmente, fico envaidecido por ver registrado o seu nome como meu orientador de monografia, durante a graduação, como especial lembrança do cordial colega e amigo, sempre pronto para combater o bom combate.

Obrigado, eterno Mestre, eternamente, obrigado...

Evaldo Duarte de Barros Sobrinho é advogado em Cuiabá e  ex-aluno de Waldir Caldas Rodrigues.

 





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Comentários (1)

  • Rui negreiros

    Segunda-Feira, 21 de Junho de 2021, 15h15
  • Linda e merecida homenagem
    3
    0











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