Na última segunda-feira (04/03/2024), minha filha (mulher) de 13 anos, que estuda na Escola Estadual Prof. Welson Mesquita, localizada no bairro Pascoal Ramos, chegou em casa relatando que havia sofrido uma agressão na unidade escolar, um colega (homem) de sala havia pegado seu capacete sem sua permissão, e a agredido com o objeto em sua cabeça (dando-lhe uma capacetada), não suficiente, arremessou o capacete no chão e chutou sua mochila.
Perplexo com o ocorrido, desloquei-me até a escola para registrar a ocorrência, e lá fiquei surpreendido com o despreparo dos profissionais que me atenderam, num primeiro momento, depois de relatar para a coordenadora o ocorrido, tiraram minha filha da sala de aula, e numa inquisição protagonizada pelo diretor, coordenadora e secretária, começaram com perguntas, tais como, “porquê não denunciou na hora, e veio somente agora? Tem certeza que ele não estava brincando? Você vai ter que provar isso que está dizendo? Ele pode abrir um Boletim de Ocorrência contra você”
Não restou alternativa a mim senão intervir, pois presenciei os olhos da minha filha encher de água ao ser tratada como a agressora ao invés de vítima.
Infelizmente essa é a realidade das mulheres que possuem a coragem de denunciar seus agressores em delegacias, unidades de saúde e demais órgãos competentes, inclusive, unidade escola, sofrendo as mais diversas formas de discriminação e preconceito, tratadas com total descaso e inversão de valores, sendo massacradas pela sociedade patriarcal e machista que perdura na atualidade, quiçá, até mesmo por outras mulheres.
O exemplo acima, em pleno mês da Mulher, resume situações em que milhares de mulheres são submetidas em nosso país, fazendo-se necessário que além da criminalização das mais diversas modalidades de agressões sofridas pelo gênero feminino, que o Poder Público capacite seus servidores visando assim uma abordagem mais humana e acolhedora as mulheres que têm a coragem de denunciar seus agressores.
Às Mulheres, neste Dia Internacional da Mulher, externo minha sincera admiração pela luta, resistência e resiliência ao enfrentar todos os dias a sociedade misógina que possuímos.
Feliz Dia da Mulher!
Isaque Levi Batista dos Santos, taquígrafo legislativo na Câmara Municipal de Cuiabá, advogado, professor e teólogo.
Driele
Sexta-Feira, 08 de Março de 2024, 14h47