Opinião Terça-Feira, 18 de Março de 2025, 14h:59 | Atualizado:

Terça-Feira, 18 de Março de 2025, 14h:59 | Atualizado:

Regina Deliberai Trevisan

“Deus não é machista” e a contribuição das religiões cristãs para a misoginia

 

Regina Deliberai Trevisan

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Regina Deliberai

 

Provavelmente, nem quando as mulheres tiveram que batalhar publicamente pelo seu direito ao voto as questões relacionadas ao feminino nunca foram tão discutidas, principalmente a misoginia. Tida pelo Professor Leandro Karnal como o pior dos preconceitos, o debate é sempre marcado por casos de feminicídio que se acumulam não apenas em nosso país. Mulheres são assassinadas pela força física masculina e certeza da impunidade, já que todo o sistema social está impregnado do mesmo preconceito. Mudanças na legislação, instituição de mecanismos estruturais de poder, políticas de incentivo à participação feminina, debates e combates, e outras táticas ainda não se mostraram suficientes para uma mudança neste lamentável quadro social.

Seria notável e motivos de grandes comemorações a diminuição da violência, a igualdade salarial, a divisão justa de cobranças e tarefas domésticas e o atendimento de outras demandas, mas isso colocaria fim ao preconceito? As mulheres protegidas porque o homem deixa de matar, por medo das consequências é um enorme feito e a justiça social clama por isso. Mas o preconceito tem raízes muito mais poderosas, fincadas no coração de cada um. O pensamento individual que força uma cultura a contrariar princípios de respeito e paz e até de desejos hollywoodianos de viver feliz para sempre.

A educação, sem dúvida, institui caminhos para a evolução de homens e mulheres, mas também não contribui tanto quanto necessário. Onde estão as brechas que possibilitam a difusão de um pensamento presente há milênios em culturas das mais diversas – cristãs, pagãs, indígenas, mulçumanas, judaicas etc.? A resposta a esta pergunta é bem complexa, mas se pode afirmar que nas religiões encontra-se boa fonte de problemas.

A reflexão e o estudo bíblico que levaram à edição do livro “Deus não é Machista” objetiva confrontar as ministrações religiosas a respeito do papel da mulher na família e na sociedade, com base na Bíblia e uma interpretação nova – não machista, com base também na Palavra e naquilo que conhecemos de Deus. O título mostra que jamais poderia haver uma interpretação que ensinasse como palavra divina qualquer preconceito. E, sim, a religião tem colocado a mulher como um ser menor, de segunda qualidade ou sem nenhuma para milhões de seguidores, que tentam ser fiéis aos ensinamentos de padres, pastores e outras lideranças espirituais.

As mentiras proferidas em nome de Deus têm poder social avassalador, principalmente associadas ao medo de contrariar Deus – em primeiro lugar, a família e a comunidade crente. Está lançada uma semente que propõe reflexões sinceras e profundas a respeito do assunto que deve ser compromisso espiritual de cada ser humano – só se agrada a Deus vivendo a verdade, e social ao adicionar novo eixo para o combate da execrável misoginia.

Regina Deliberai Trevisan é jornalista e empresária. Autora de “Deus não é Machista”.

 





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Comentários (4)

  • Marco Antonio

    Quarta-Feira, 19 de Março de 2025, 12h05
  • Confesso que li umas 3 vezes o artigo. Fiquei tentando entender como é possível em pleno século 21 alguém dizer, no caso, escrever tanta besteira. Enquanto pensava sobre o que estava lendo, alguém me vendo pensativo, perguntou se estava pensava em ir no show do ORUAM. Claro que era mais uma brincadeira de mal gosto. Na verdade, o rep Oruam e dita "escritora" do texto acima é tudo a mesma coisa. PS - o "deus" em minúsculo foi de propósito.
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  • Juca

    Quarta-Feira, 19 de Março de 2025, 10h16
  • Faltou mais dados de pesquisa da autora. Caso não tenha ideia vá para o oriente médio (Afeganistão, Iraque, Irã, Arábia Saudita, etc.) e verifique se isso se aplica lá também. Caso não atendam aos anseios da escritora, manifeste sua opinião publicamente em qualquer dos países, que são bem democráticos e permitem esses escritos levianos. Boa sorte.
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  • h'

    Quarta-Feira, 19 de Março de 2025, 07h32
  • Deus não é machista, não é feminista, não é misógino, nem homofóbico e nem transfóbico. Também não é racista e não é xenófobo. Deus não é monoteísta, nem panteísta, nem pagão. Não cristão, não é maometano e nem budista. Não é mentiroso, não é verdadeiro. Deus não é nada disso, nem daquilo. Não é o que os religiosos dizem, muito menos o que os leigos sabem. Deus Não pode ser nenhuma coisa, nem outra, porque simplesmente não existe como realidade. Deus só existe na cabeça de quem crê que ele existe. Se a cabeça que crê é racista, o deus dele será racista. Se é misógino e machista, como as cabeças que inventaram o deus do Antigo Testamento, então o deus na Antinga Aliança é sim machista e misógino. É isso. Vivam suas crenças!
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  • Carlos Eduardo

    Terça-Feira, 18 de Março de 2025, 15h54
  • Eu acho que a jornalista aí está equivocada. A Palavra de Deus e Deus não são machistas. A Palavra é perfeita, se vivida dentro dos princípios que Deus criou. O que acontece, como em qualquer lugar, é uma pouca meia dúzia que diz pregar alguma crença e atuam de forma totalmente diversa. Por exemplo, algum cristão que prega o que diz a Bíblia, porém não vive isso na sua vida, no seu casamento, com a sociedade... Ou alguém que se diz ateu, que acha que o Divino é errado, que prega o "não preconceito", porém vai para as ruas protestar com um crucifixo enfiando nas partes íntimas, tentando desmerecer as crenças de outras pessoas... São pessoas assim que desvirtuam qualquer pensamento. Agora, você falar que a base do preconceito está na crença cristã, acho que você deveria estudar de fato um pouco mais, e não se deixar levar pelos likes que isso geraria.
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