Duas candidaturas situacionistas para o governo do Estado. A possibilidade existe. Não é a única. Pois ainda se tem tempo para pensar em apenas um nome para a disputa. A defesa de uma pesquisa caminha nesta direção, e não naquela, cujo resultado escancara de vez a fraqueza do grupo, bem como a inexistência de um negociador entre seus integrantes.
E isso pode favorecer a oposição que, pelo jeito, e neste particular, se mostra mais rápida e mais conhecedora do cenário em que está inserida. Mesmo diante de uma série de desacertos e de divisões internas. Estas, contudo, não são em função da candidatura a governador – há muito já resolvida. Diferentemente da situação, a qual se encontra em dificuldades.
São, no mínimo, cinco postulantes. Nenhum deles, no entanto, apresenta as credencias necessárias. Talvez, por isso, o impasse, sem, contudo, explicar a indecisão reinante. Indecisão realimentadora da “volta Blairo Maggi” – o único capaz de agregar os nove partidos e a atrair para junto de si uma ou outra sigla acomodada na oposição. Isso explica o porquê o pedetista-candidato tentou desesperadamente cooptar os republicanos, e, na impossibilidade de concretizá-lo, tenta agora conquistar o PTB e o PP.
Os progressistas, desde a primeira metade do ano passado, sentiram-se desprestigiados pela gestão peemedebista. O estopim foi à manutenção do secretário de Saúde, contra a vontade do PP. Sigla que havia sofrido um segundo golpe, certamente o maior deles, pois a sua maior liderança teve o mandato de parlamentar interrompido e se encontra preso. Situação que a deslocou para a periferia da base governista, e, igualmente, enfraquecida.
Enfraquecido como também se encontra o PT. A razão do enfraquecimento petista é diferente da dos progressistas, uma vez que é nítida a divisão no seu interior, que se acentua por causa da disputa entre um possível filiado e o ex-vereador por Cuiabá. Tudo por causa da candidatura ao governo. A mesma briga que leva os sociais-democratas a preterirem tanto o juiz quanto o petista. Rejeições que também são percebidas em uma parte do PR e em uma ou duas siglas nanicas, componentes da ala situacionista.
Pelo jeito, apenas os peemedebistas não fazem coro a essa toada de resistência. Até porque não têm como fazê-lo, pois, entre eles, inexiste a figura de alguém com visibilidade eleitoral a altura da disputa. Figura que se encontra em falta em quaisquer das agremiações governistas. Isso fora o Blairo Maggi.
Percebe-se, (e) leitor (a), o nascedouro da fragilidade da base situacionista. Fragilidade que tende a ser maior caso faça a opção pelo desmembramento em duas bandas, com cada qual a lançar um candidato ao governo do Estado. O que resultará em divisão dos votos, do tempo do rádio e da televisão e, pior ainda, a divisão no uso da máquina partidária e do Estado. Tornando, assim, fácil a vitória da oposição.
LOUREMBERGUE ALVES é professor universitário e articulista em Cuiabá.