Opinião Segunda-Feira, 21 de Abril de 2014, 18h:11 | Atualizado:

Segunda-Feira, 21 de Abril de 2014, 18h:11 | Atualizado:

Onofre Ribeiro

Estou aqui

 

Onofre Ribeiro

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Onofre Ribeiro

 

Estou aqui... nesta segunda-feira, pós-Páscoa e no dia 21 de abril,às vésperas do descobrimento do Brasil, refletindo sobre os nossos tempos atuais. Olho pra frente e vejo pra trás a desconstrução de um país, lenta e estudada! Dia após dia, nossos políticos, nossos governos, nossos prefeitos, nossos vereadores, nossos professores, nossos jornalistas, nossos policiais, nossos médicos, nosso povo no conjunto, e nós individualmente, empenhados em transformar o Brasil numa republiqueta de bananas. Sem leis, sem regras, sem perspectivas de futuro.

O Brasil de hoje me lembra muito a história do sujeito com uma mala de dinheiro no deserto, com sede e sem ter onde comprar a água: vítima das circunstâncias que ele mesmo construiu quando priorizou acumular dinheiro e esqueceu-se do seu futuro.

Estou aqui olhando essa insensata Copa do Mundo, vendo estádios de futebol absolutamente inúteis. Templos de um esporte em falência. Estou aqui vendo hospitais desnutridos.

Estou aqui vendo escolas esvaziadas onde zumbis percorrem corredores rabiscados e se sentam em carteiras superfaturadas onde gastam o tempo e perdem espaços na vida.

Estou aqui vendo delegacias de polícias podres, com cadeiras e meses velhas, de pernas bambas, onde policiais truculentos ou alienados fingem dar segurança à população que lhes paga o salário.

Estou aqui vendo milhares de presos confinados em currais chamados prisões e penitenciárias, amontoados em celas úmidas e fedorentas, pagando o preço dos crimes que cometeram. Pagam pelo confinamento, pagam pela prisão suja e ruim, pagam pela violência consentida ali dentro, pagam pela perda de esperança. Pagam por terem frequentado escolas que não lhes ensinaram que a vida em grupo tem limites e tem regras.

Estou aqui vendo prédios maravilhosos de tribunais de justiça, de parlamentos, de promotorias de justiça, de governantes com seus carrões e suas regalias vivendo a felicidade de se porem acima da vida, dos valores e da razão humana.

Estou vendo passar vazio e inútil o simbolismo fraterno de mais uma Páscoa. Estou vendo morrer como flores murchando o futuro deste país, um dia antes do dia consagrado ao seu esperançoso descobrimento lá em 1500.

Estou vendo tantos equívocos e aqui me perguntando nesta segunda-feira pós Páscoa e dia do descobrimento do Brasil: pra onde vamos, Brasil das desesperanças?

ONOFRE RIBEIRO é jornalista em Mato Grosso





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