Bastou o Papa Francisco manifestar opiniões progressistas (mesmo com atraso secular) sobre a discriminação das mulheres e pessoas LGBT, condenar o racismo, conclamar a juventude a se libertar do consumismo desenfreado, intermediar a aproximação entre Cuba e EUA e, mais recentemente, opinar sobre a tão propalada “liberdade de expressão”, que começaram a pipocar ácidas críticas ao Pontífice, lançadas pelos expoentes do reacionarismo incrustados na mídia hegemônica.
O colunista Reinaldo Azevedo (alcunhado de “Rola-bosta” pelo teólogo Leonardo Boff) num artigo publicado no “jornalão” Folha de São Paulo intitulado “Francisco, porque não te calas?”, disparou que o Papa Francisco teria “cabeça e postura de cura de aldeia, não de Papa”, emendando que “suas entrevistas ambíguas são detestáveis... Suas opiniões sobre o atentado e a liberdade de expressão são covardes, imprecisas e politiqueiras”. E, num tom arrogante, ordenou que o Papa devesse se calar!
No mesmo tom escrachado, José Roberto Guzzo, diretor editorial da “revista esgoto” Veja, afirmou que o papa “viajou na maionese”.
Já o “global” Ricardo Noblat o acusou “pisar feio na bola”. Por seu lado, Rodrigo Constantino, o queridinho dos “coxinhas”, após confessar que até gostava do Papa, desde que ele não fale de “economia e capitalismo”, ponderou, cravou: “o Papa Francisco errou, disse uma besteira”.
Outro “global” Guilherme Fiúza, que parece está atormentado e enxergando fantasmas petistas por todos os lados, teve o atrevimento de acusar o Papa de não ter opinião própria e de seguir as ordens do marqueteiro do PT ao afirmar que “Sua Santidade tem provavelmente uma espécie de João Santana ao pé do ouvido, para soprar-lhe as últimas tendências do mercado”, condenando o que considerou uma defesa do Islã radical feita por Papa Francisco.
Mas, só para refrescar a memória, vou reproduzir aqui os principais trechos da fala do Papa Francisco sobre o ato terrorista que atingiu o jornal Charlie Hebdo que tanto desagradou os “cães de guarda” da mídia hegemônica: “Não se pode ofender, ou fazer guerra, ou assassinar em nome da própria religião ou em nome de Deus... (que o diga a inquisição!) Acho que os dois são direitos humanos fundamentais, tanto a liberdade religiosa, como a liberdade de expressão”, e, para terminar afirmou que “há, porém, um limite para a liberdade de expressão”.
Por conta desses “crimes sem perdão”, em especial a afirmação final sobre a tão falada liberdade de expressão, só faltaram tachar o Papa de “petralha” ou “comuna”, uivarem o tradicional “Vá pra Cuba”, ou propor a Deus a excomunhão do Papa Francisco!
Mas o que esses cinco senhores têm em comum? São expoentes do pensamento mais reacionário e conservador e serviçais da mídia hegemônica a serviço do Grande Capital.
Eu, mesmo “professando” a ideologia marxista-leninista e sendo um comunista ateu, que renegou um passado de coroinha dos tempos de Internato Salesiano de Araguaiana (MT), não poderia deixar de externar meu apoio e solidariedade ao Papa Francisco. Afinal, há uma máxima que os revolucionários costumam seguir que é mais ou menos assim: quando você depara com um confronto e têm dúvidas de qual lado você deve tomar partido, basta observar o lado em que seus maiores inimigos (ou adversários, no caso da política) estão posicionados. Ciente disso, não vacile e vai imediatamente para o lado oposto!
Pois então, nesse caso, tanto pela justeza das declarações corajosas do Papa, como também em virtude dos ataques sórdidos da “nata” do reacionarismo e conservadorismo, a qual o elegeram como alvo favorito, não tenho dúvidas: Eu Sou Francisco, desde criancinha!
Miranda Muniz - agrônomo, bacharel em direito, oficial de justiça avaliador federal, secretário de comunicação da CTB-MT e dirigente estadual do PCdoB-MT.
augusto santos
Segunda-Feira, 26 de Janeiro de 2015, 13h51Dener Souza
Segunda-Feira, 26 de Janeiro de 2015, 09h13antonio carlos
Domingo, 25 de Janeiro de 2015, 23h44