Quantas vezes recusamos receber uma ajuda só porque a pessoa que se propõem a nos ajudar está em dificuldade, e quantas vezes não recusamos um presente só porque a pessoa que nos oferece é pré-julgada pelas aparências momentâneas.
No aniversário do Sr. Bisogó, que era mais idoso da família, e já tinha muita dificuldade ao levantar e ao caminhar, decidiu que em homenagem aos presentes, deveria servir a todos um copo de suco de Manga. E observado por todos, Sr. Bisogó seguiu com muita dificuldade em direção a cada pessoa sentada na mesa. E, todos agradeciam e não recebiam o copo de suco. Talvez porque achavam que não mereciam qualquer sacrifício do idoso Sr. Bisogó.
Mas ao final, depois de todo sacrifício, apenas um dos convidados, o Super Zé aceitou ser servido pelo aniversariante, que estava doente e cansado pelas dores que o mal do câncer o causava.
Mas o Super Zé, foi duramente repreendido pela esposa que estava ao seu lado, disse:
- Você não viu que o aniversariante tinha dificuldade de levantar e caminhar?
- Você não viu que o aniversariante não tinha força para levantar a garrafa de suco?
- Você não notou que o aniversariante tinha suas mãos tremulas e sem força?
Que vergonha Super Zé.
Mas o Super Zé, que foi o único que recebeu o suco, respondeu:
- nunca eu iria deixar de receber essa homenagem proporcionada por uma pessoa que com o sacrifício, fez manifestar uma boa ação de dar sem pensar em receber, e sentir útil e feliz por ainda estar vivo.
Muitos de nós não temos a humildade de saber receber e às vezes até impedimos que o bem possa manifestar ao interrompermos a alegria de quem sente o prazer de compartilhar.
É importante termos em mente que a vida se completa quando as partes se juntam em ações amorosas, o orgulho de achar que somos perfeitos nos afasta de receber algo de alguém que valoriza o ato e não somente o produto. As pessoas pelo poder do consumismo estão dando mais valor às embalagens do que ao conteúdo e por isso deixam de receber as benções.
Ao receber, devemos agradecer a Deus por que fomos merecedores. O ato de dar ficará ainda mais completo quando as pessoas recebedoras sentem felizes e homenageadas. O importante é entender que nem tudo está perdido, muitas pessoas agem em função do melhor, e as suas dores e amarguras de hoje, ao exercer a vontade do bem com bons atos, estas lições poderão ser a sementeira produtiva de alegrias e do reconhecimento dos atos de amor, tão escassos nos dias de hoje.
WILSON CARLOS FUÁH é economista, especialista em Recursos Humanos e Relações Sociais e Políticas.
Miguel Bezerra
Sábado, 14 de Fevereiro de 2015, 00h20