Opinião Terça-Feira, 12 de Agosto de 2025, 13h:18 | Atualizado:

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Bruno Moreira

Ninguém sabe falar Esperanto

 

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Criado no final do século XIX, o Esperanto é uma língua artificial planejada para unir diferentes povos e culturas. Seu idealizador, o médico polonês Ludwik Zamenhof, sonhava com um mundo de paz, onde as pessoas pudessem se entender.

Mais de um século depois, esse conceito parece totalmente inalcançável, especialmente no Brasil. Vivemos em um eterno campo de batalha ideológica, no qual a polarização se impôs como regra. O país parece condenado a oscilar entre dois polos opostos, duas figuras idolatradas que se revezam no poder, enquanto empurram o debate público para o fundo do poço.

De tempos em tempos, assistimos à mesma cena: os extremos se enfrentam em uma espécie de vale-tudo político. Nessa briga, o que menos importa é o bem-estar da população. Importa vencer, esmagar, golpear o lado adversário. E, se no caminho o povo sofrer, que sofra. O custo da guerra não importa para quem vive disso.

A idolatria substituiu o bom senso. Nesse ambiente, políticos protagonizam papéis grotescos em público, encenando discursos inflamados e gestos teatrais em nome de seu messias. Fanáticos de palanque, mais preocupados em defender seu líder do que em legislar para o povo.

"Ordem e progresso", palavras que um dia pretenderam inspirar o futuro da nação, tornaram-se lemas vazios. O Brasil segue desvairado, como uma Torre de Babel contemporânea, onde todos falam, gritam, acusam, mas ninguém se entende.

Nosso cenário político é repetitivo, previsível e cínico. A esperança por renovação é sufocada por uma disputa exaustiva entre os mesmos nomes, os mesmos discursos, as mesmas promessas. O debate virou torcida. O Brasil perde tempo, perde oportunidades, perde a chance de construir um futuro mais digno, justo e democrático.

E assim, vamos morrendo aos poucos, soterrados pela própria ignorância.

Bruno Moreira (@obrunocos) é publicitário e gestor de marketing.





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