Opinião Sexta-Feira, 23 de Janeiro de 2015, 09h:00 | Atualizado:

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Louremberg Alves

O apagão no país

 

Louremberg Alves

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Louremberg

 

A situação do país e dos brasileiros já foi boa - graças ao plano real. Hoje, ela é, no mínimo, complicada. Resultado da crise, não enfrentada da forma como deveria ser, e da inflação descontrolada. 

Incompetente, o governo optou por paliativos: aumentos dos juros, de contribuições e de impostos, além de acréscimos nos preços da energia e de combustíveis. 

O que eleva o valor dos produtos de primeira necessidade, agravando a condição cotidiana de famílias, com endividamento e agora comprometida com o apagão, que estragou alimentos guardados nas geladeiras. 

Quadro altamente comprometedor. E tende a ficar pior. Pois inexistem quaisquer iniciativas com os propósitos de frear a inflação e barrar a crise econômico-financeira. E isto obriga prefeitos, governadores e a presidenta a cortar gastos e a diminuir o custo das máquinas. 

Vive-se, portanto, em tempos de ‘vacas magras’. E, talvez, por conta disso, o salário mínimo ficou apenas em R$ 788,00. 

Mas, estranhamente, os membros do Judiciário, os parlamentares, os governantes e seus auxiliares diretos tiveram seus pagamentos majorados, cujos índices foram bem maiores que a inflação. 

Tem-se, então, uma demonstração clara de que os cortes alcançam apenas outras esferas, nunca às dos reis e a de seus amigos.

Em meio a este cenário dividido entre os privilegiados e os que não têm regalia alguma, vários segmentos da sociedade civil do Rio Grande do Sul elevaram o tom contra o governador José Ivo Sartori (PMDB), sob o seguinte argumento: o reajuste de seu salário é uma contradição diante da crise nas finanças do Estado e da política de corte nos gastos do governo. 

Encurralado, o governador abriu mão do aumento de seu próprio vencimento. Atitude que, aliás, deveria ser seguida por todos os chefes do Executivo, bem como os parlamentares e os membros do Judiciário. 

Vem, aqui, logo à lembrança do chamado ‘amor cívico’. Tão propalado por Montesquieu, no seu livro ‘Do espírito das leis’. Este pensador dizia: quanto menos se podem satisfazer as paixões particulares, tanto mais se ama a pátria, o Estado e a democracia. 

Daí a igualdade. Esta, que é originária daquele amor, é, no igual instante, alimentadora do mesmo, que também se estende a própria ‘igualdade e a frugalidade’, ‘quando se vive em uma sociedade em que as leis estabeleceram uma e outra’. 

Ainda que nem todos os cidadãos possam ‘prestar à pátria serviços iguais’, ‘porém todos eles deverão prestar-lhe algum serviço’. 

Afinal, desde o nascimento, ‘todos contraem para com a pátria uma dívida imensa’, da qual nenhum deles pode ser desobrigado. 

‘Amor cívico’, contudo, bastante difícil de ser encontrado entre os brasileiros encastelados nos altos cargos do Judiciário, Legislativo e do Executivo. 

O pior de tudo, vale dizer, é perceber que o grosso da fatura fica sempre a cargo de quem se encontra muitíssimo longe das tetas do Estado. 

LOUREMBERGUE ALVES é professor universitário e articulista político em Cuiabá.

[email protected]

 





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Comentários (1)

  • Elizangela

    Quarta-Feira, 28 de Janeiro de 2015, 14h50
  • Bom dia. Gostaria de saber por que não consigo mais acessar a matéria "Episódio negativo" do Sr.Lourembergue Alves do dia 26/01/2015?Será que já incomodou pessoas tão poderosas assim? Tudo que estava naquela matéria é a triste situação por que está passando Chapada dos Guimarães e os chapadenses já não tem mais pra quem recorrer. Parabéns Lourembergue pela coragem!!!!
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