Em Mato Grosso acompanhei a gestão de oito governadores titulares escolhidos ou eleitos, e cinco vice-governadores que substituíram os titulares candidatos em fim de mandato. Os propósitos iniciais de todos: mudar o Estado e inovar a gestão. Cada um ao seu modo, mas, sem exceção, todos pretenderam a mesma coisa. Assisto ao nono governador, Pedro Taques, iniciar o governo pretendendo, tal e qual os seus antecessores, a modernização da gestão pública estadual.
Bem verdade que ele assume num momento em que o modelo político-partidário e o conseqüente modelo de gestão pública esgotaram-se completamente no país: corrompido, ineficiente, burocrático, caro e inimigo dos cidadãos. Em Mato Grosso a situação é bem grave porque a gestão pública está no nível abaixo da crítica. O governador tomou posse prometendo um “choque de gestão, com o choque primeiro”. Parece justo e necessário.
Porém ele precisará enfrentar cartéis de negócios e feudos de poder instalados dentro e no entorno da gestão. Precisará lidar, por exemplo, com gastadores eméritos como os poderes, igualmente ineficientes e distantes da sociedade. Nesses governos que acompanhei antes do atual assisti à bajulação inicial e à vassalagem ao novo governador. Puro cinismo pra terem o tempo de compreender o seu modus operandis. Uma vez detectado, cessa a vassalagem e começam as cobranças, como no boxe, com golpes no fígado. Assoberbado com os problemas típicos da gestão e mais o que lhe serão empurrados goela abaixo no típico jogo de pressão, o governo acaba fazendo pesadas concessões, certo de que ainda continua mantendo sua filosofia inicial. Nenhum dos oito escapou disso.
O governador Pedro Taques tem um estilo de guerrilhas. Logo, vai abrir flancos de luta com os cartéis e com os feudos de poder solidamente instalados dentro e no entorno do poder. Quando começarem os ataques à sua gestão, serão ataques bem articulados e acertarão no seu fígado. A única certeza que poderá lhe restar, fiel e definida, será se ele puder conseguir construir um pacto de apoio da opinião pública. A eleição por si só, não basta. Os votos se esvaem na memória popular. Será profundamente estratégico ao governador Taques construir apoio junto à sociedade que, de fato, deseja mudanças na gestão pública. Mas não será uma batalha fácil. Até porque a má vontade dos cidadãos com o governo é muito grande! Contudo, é uma guerrilha dentro da guerra!
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
[email protected] www.onofreribveiro.com.br
Marisa
Terça-Feira, 13 de Janeiro de 2015, 19h04Fran.CO
Terça-Feira, 13 de Janeiro de 2015, 14h01Francisco
Terça-Feira, 13 de Janeiro de 2015, 09h31