A chamada em questão, remetem-nos a figura de uma mulher responsável por governar ou liderar uma família. Neste caso específico reporto-me a minha querida e amada tia mãe, Rosalina Pereira Leite; que no dia 01/02/2022, infelizmente nos deixou aos 92 anos, no próximo dia 05/02, estaria completando mais um ano.
Ainda, consternado e sofrendo pelo seu passamento com muita dor no coração, mesmo assim, eu não poderia deixar de externar algumas palavras de gratidão e carinho a essa pessoa maravilhosa, um ser humano indescritível, alguém que trazia arraigado em si: carinho, amor, gratidão e que veio a esta terra, não para ser servida e sim para servir.
Se eu fosse descrever na íntegra a sua linda história de vida, não seria um artigo, e sim um livro recheado de realizações, humanitárias, amor ao próximo, entrega da sua vida em prol das pessoas que a cercavam, entre as quais eu me incluo, por ter passado grande parte da minha vida ao seu lado, nos melhores e piores momentos da sua vida.
Quando descrevo a tia Rosa, como carinhosamente ela era chamada, pode parecer para alguns, exagero da minha parte, na verdade estou sendo econômico ao descrevê-la, por se tratar de alguém muito especial.
De forma resumida, tia Rosa sempre foi uma mulher lindíssima, porém não se casou. O meu tio Dito Mamede (in memoriam) irmão da tia Rosa teve uma prole considerável; naquela época, em função disso tia Rosa pegou para criar como filha Cleide Bastos Leite, filha biológica do tio Dito.
Além dela, criou também uma pessoa deficiente vinda da cidade de Poconé para cá, chamada Benedita (in memoriam), nem sabemos o seu sobrenome, porém a mesma, mesmo com sua deficiência física, cuidava de nós, além dela criou também uma outra pessoa chamada Delmira (in memoriam) que entrou em sua casa para trabalhar, e nunca mais saiu foi criada também como filha.
Mais recentemente passou a sofrer de Alzheimer, doença degenerativa e progressiva, mesmo assim sempre meiga e dócil, com agravamento do seu quadro, ela perdeu totalmente a fome e não se alimentou mais de forma adequada, a levando a um quadro de enfraquecimento total, sempre acompanhada por médicos, graças a Deus.
Nesse momento mais difícil surge a figura da prima Cleide Bastos Leite, não gerada por ela, porém com sentimento e dedicação de amor a ela, muito maior e mais intenso que muitos filhos biológicos, que na maioria das vezes internam seus familiares idoso em asilos, mesmo que estes sejam os melhores; porém o idoso sente falta do carinho e amor dos seus familiares; a Cleide ficou sempre ao seu lado.
É chegado o pior momento, quando o seu quadro foge do controle; e ela fica em sua casa, com todo aparato propiciado pelo home care, com uma médica geriatra, fisioterapeuta, enfermeira, aos quais agradecemos de coração pelo empenho e amabilidade.
Nos momentos finais, se fez necessário a utilização de balão de oxigênio para que ela não ficasse com falta de ar. Graças a Deus, o que nos confortou foi saber que ela ao partir, não sentiu dor; agradecemos de coração a brilhante equipe que a atendeu, gratidão sempre.
O velório contou com uma infinidade de parentes, amigos, conhecidos, enfim muita gente.
Um dos momentos mais chocante aconteceu no momento em que, um dos irmão de sangue da Cleide, o senhor Felix Mamed, iniciou a falar do legado deixado pela tia Rosa, o mesmo, me chamou a frente, e fui ladeado pelos meus dois filhos Bruno Malheiros o primogênito e o Vitor Malheiros, ambos foram praticamente criados por tia Rosa.
A emoção foi tão grande, confesso não consegui balbuciar nenhuma palavra se quer, tomado pela dor e sentimento, porém o Felix em poucas palavras descreveu sua trajetória de vida e dedicação ao próximo.
Descanse em paz tia mãe, Rosalina Pereira Leite
Professor Licio Antonio Malheiros é geógrafo