Opinião Quarta-Feira, 01 de Julho de 2015, 08h:34 | Atualizado:

Quarta-Feira, 01 de Julho de 2015, 08h:34 | Atualizado:

Eduardo Póvoas

Quantas saudades meu velho....

 

Eduardo Póvoas

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Eduardo Póvoas

 

Quatro de julho de 2015 se vivo,você estaria fazendo 94 anos e nosso almoço seria sem nenhuma dúvida, animadíssimo na sua casa, regado peloGuaraná Predileto, vinho doce (que você gostava muito) e com a deliciosa lasanha da nossa querida Brasilina. Aliás, como nunca foi amigo do álcool, seu vinho diferentemente daqueles que o amam, estava mais pra suco de uva do que para bebida alcoólica.

Desde aquela manhã de 29 de janeiro de 2003 até os dias de hoje, passaram-se12 anos e seis meses e meu coração ainda rateia quando entra pelos meus ouvidos aquela sua voz compassada, dócil e reconciliadora forçando-me a “colocar” na minha frente o seu semblante que em nenhum momento se afasta do meu coração.

Nãotenhomais ao meu lado o ouvidor paciente, o sábionos concelhos, o homem que detestava ouvir ou falarqualquer coisa que machucassem as pessoas, o homem simples que sabia como poucos tratar as letras, o filho exemplar, o soldado que sempre admirou o Exercito Brasileiro, o pai com predicados que nos passou e que conservamos como uma joia, o homem solidário que dava importância ímpar a se conservar e respeitar os amigos.

E a saudade, irresponsável, incontrolável e inconsequente, brinca com meu coração quando sozinho estou, como se fosse uma marionete. Peço a ela, até por conselhos de amigos que trabalham no plano espiritual, que me poupe dessa minha vontade insistente de te ouvir ou te ver como talvez, uma forma de ameniza-la.

Tento em vão, pois nos meus momentos de angustia, só o timbre da sua voz que parece que ouço, me acalma e me conforta.

Como eu gostaria que meus netos, seus bisnetos o conhecessem. Como gostaria que eles ouvissem os relatos que você me fazia da sua vida particular, de fatos históricos da nossa terra e de nossa gente, e dos poucos anos de sua militância politica, para terem a certeza de que tiveram um “super” bisavô.

Isso tudo tentei eu e meus irmãos, deixarregistrado, pois sabíamos que você poderia dar  uma grande contribuição para o futuro dos nossos jovens. Infelizmente não conseguimos, porem registros mostram gravações e documentários bancados pelo poder público sem nenhuma importância a nossa gente.

Suas trinta e nove obras publicadas nunca receberam um centavo sequer de dinheiro público, mas, sabemos de verdadeiros absurdos que só circularam com essa ajuda.

Não sei velho pai se o mundo de hoje “pesa” alguém através de sua honradez e de seu passado limpo como nos ensinou a sempre ter. Parece-me que se confunde muito nestes dias modernos o aculturado com o endinheirado. Seguindo esses ensinamentos, continuamos eu e meus irmãos, como você, a viver de diplomas e medalhas que não são aceitos no abatimento de contas de luz, água ou telefone.

Nossa coleção de diplomas e medalhas aumentam inversamente proporcional a algumas contas bancárias, porem sustentamos com muito orgulho o que nos ensinou!

Ah se pudesse ter ao menos um segundo com você!

EDUARDO PÓVOAS-PÓS GRADUADO PELA UFRJ.

 





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Comentários (4)

  • Benedito Fernandes de Souza

    Quinta-Feira, 02 de Julho de 2015, 07h58
  • Quando trabalhei na Iomat, por volta de 1974 a 1984, tive a oportunidade de conhecer esse ilustre cidadão mato-grossense e a pessoa generosa e humilde que sempre foi na condição de secretário de Estado de Administração, dr. Lenine de Campos Póvoas. Esse segundo a que V. Senhoria se refere está presente na retina das memórias de todos aqueles que como eu, por instantes esteve próximo do ilustrado homem público.
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  • Carlos

    Quarta-Feira, 01 de Julho de 2015, 14h05
  • Gostei muito do texto, porém quem for de fora e não conhecer o pai tão falado do senhor Eduardo póvoas, que o mesmo cita tantas vezes no texto, não tem nem como pesquisar, este referido homem que pelo texto é foi de importância ímpar para sua família, para nossa capital e também para o nosso saudoso Estado..
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  • cezar

    Quarta-Feira, 01 de Julho de 2015, 11h30
  • Não tive o prazer de conhecê-lo, mas com certeza, por essa homenagem, foi um grande homem!!
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  • epaminondas castro

    Quarta-Feira, 01 de Julho de 2015, 10h43
  • Parabéns pelo texto e pelo profundo amor que nutre pelo seu Pai. Tive a honra de conhecê-lo...um homem admirável... Ouvia sempre suas sábias palavras sempre pela manhã quando ia lá na Caixa...Fantástico ser humano..guardo com carinho um livro de geografia que ganhei autografado por ele. Falta homens com essa envergadura. Epaminondas Castro.
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